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Milly Lacombe

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O Palmeiras inventa a retranca ofensiva e leva mais um

Palmeiras x São Paulo: Danilo comemora primeiro gol do Palmeiras - Ettore Chiereguini/AGIF
Palmeiras x São Paulo: Danilo comemora primeiro gol do Palmeiras Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL

03/04/2022 17h55

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Vou insistir na ideia de que nos falta vocabulário para interpretar esse Palmeiras de Abel Ferreira. O time nasceu há um ano e meio montado a partir de um sistema defensivo altamente competente. Mas, desde então, enquanto ganhava competitividade - e títulos - deixou de ser apenas uma retranca exemplarmente montada.

O Palmeiras de Abel ataca com eficiência e, nos pés de Dudu, encontra arte numa medida em que, ainda que deixe a gente com vontade de ver mais, precisa ser reconhecida.

É um time que sabe se defender? Sem dúvida. Um time que contra-ataca feroz e implacavelmente? Sim. Um time que sabe se organizar para atacar quando precisa? Certamente.

O Palmeiras é um time chato de ser batido - e por isso o resultado conquistado pelo São Paulo no Morumbi no jogo de ida deve ser valorizado.

No jogo de volta, Abel armou o Palmeiras para demolir moralmente o São Paulo logo no início do jogo. Mesmo sem ter feito nenhum gol, o Palmeiras deixou evidente logo no começo que era o melhor time em campo. O jovem time de Rogério Ceni sentiu, e aceitou, a pressão.

E o Palmeiras passeou. Passeou usando toda a sua cartilha de variações táticas: pressão na saída de bola durante um tempo. Time montado para chamar o adversário para atacar. Pressão na altura do meio de campo. Volta com pressão alta. Recua de novo. O time vai se adaptando ao momento, indo e vindo nesse bale tático sem que Abel precise fazer muita coisa à beira do gramado porque o que tinha que ser feito foi feito em treinamentos.

É um Palmeiras para a história. E um título que faltava a Abel. Não falta mais. Viva os estaduais.