Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Fluminense e Fred: uma aula sobre como amar e sobre como se despedir
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Pode parecer que a gente quer muito de um ídolo. Mas eu diria que não é bem assim. Gols são bem-vindos, claro. Vitórias idem. Mas o que queremos mesmo de um ídolo é reciprocidade.
Queremos alguém que ame aquela camisa como nós amamos. Alguém que se entregue, que se dedique, que chore ao fazer gol, que não economize nos gritos, na euforia. Queremos alguém que vá mas volte ou, melhor ainda, que nem vá.
Alguém que faça pelo manto que chamamos de sagrado o que nós faríamos se estivéssemos em campo: dedicação sem limites.
Toda história de amor é a história de uma construção. Não tem amor da noite para o dia. Para ser amor é preciso existir entrega, e entrega leva tempo.
O Fluminense e sua torcida deram uma aula de despedida com a aposentadoria de Fred. Estádio abarrotado, muita celebração, muito resgate dos episódios dessa história, muitos vídeos e delírios coletivos dentro do Maracanã.
É assim que se despende de um ídolo. Com festa inesquecível e agradecimentos sinceros.
Mas essa história não acaba com a despedida.
O que Fred fez pelo Fluminense seguirá ecoando pelo eixo espaço-tempo, esse que traz o passado para o presente sempre que alguém lembra do que já não é mais; da emoção que viveu, do amor que sentiu.
Quem esteve no Maracanã jamais esquecerá do que viu nesse 9 de julho. E, mais importante, jamais esquecerá do que sentiu.
Futebol não é sobre vencer ou perder. É sobre sentir e viver.
O Ceará foi o adversário da festa. Tentou, mas não segurou o bom time de Fernando Diniz, que jogou abaixo do que temos visto, mas o suficiente para vencer por 2x1.
Fred entrou aos 30 do segundo tempo. Correu, lutou, tentou seu gol de número 200 pelo Fluminense. Não deu. Encerra a jornada tricolor com 199, o que é até mais simbólico.
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