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Alpine tenta se encontrar na F1 entre mudanças dentro e fora das pistas

Colunista do UOL

21/02/2022 14h59

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De visual novo e apostando tudo na última chance que tem de encostar nos rivais em termos de potência do motor, a Alpine fez o lançamento de seu carro para a temporada 2022 dois dias antes do início da pré-temporada da F1. O time francês segue com Fernando Alonso e Esteban Ocon, e busca entrar na briga com McLaren e Ferrari. Em 2021, eles ficaram em quinto lugar no campeonato.

O azul da Alpine ganhou toques de cor-de-rosa depois que o time fechou uma parceria com a BWT, empresa austríaca do ramo de filtros de água que já tinha patrocinado a Racing Point no passado. Inclusive, embora o carro tenha sido lançado com mais azul do que rosa, esse esquema será invertido para as duas primeiras corridas para dar mais destaque ao novo parceiro. Quem também está chegando do time que hoje é a Aston Martin é o chefe de equipe, Otmar Szafnauer. O norte-americano é conhecido por ser um bom gestor de pessoas e é uma boa adição para uma equipe que, como o CEO da Alpine, Laurent Rossi salientou no lançamento, é liderado por oito pessoas.

alpine - Divulgação/Alpine - Divulgação/Alpine
Alpine terá carro com cores do patrocinador nas duas primeiras corridas do ano
Imagem: Divulgação/Alpine

As novas cores e a chegada de Otmar são uma boa forma de desviar a atenção de um sinal que não costuma ser muito positivo em meio a tantas mudanças decorrentes de regulamento: o time passou por uma reestruturação em seu comando no começo de 2021, e novamente viu peças importantes sendo mexidas nos últimos meses.

O carro do lançamento foi um modelo simplificado, já que o A522 já está em Barcelona para os testes. Mas a equipe publicou algumas fotos que mostram um carro mais convencional e com bastante espaço para a refrigeração, talvez mostrando uma preocupação com o novo motor. A Alpine também focou bastante no início do assoalho, tentando canalizar o ar pela lateral do carro, e adotou o bico mais curto, com a primeira lâmina da asa dianteira presa pela segunda e não pelo bico em si, como Aston Martin e McLaren, por exemplo, também fizeram

O primeiro a sair foi Remi Taffin, em meados do ano passado. O francês era o diretor técnico da parte de unidades de potência e saiu no meio de um ano importante para seu departamento, uma vez que a Renault decidiu fazer mudanças profundas em sua unidade de potência. Afinal, esta será a última chance até o final de 2025 para os franceses encostarem nos rivais em termos de potência, já que o desenvolvimento dos motores será congelado em 2022.

A Alpine também passou por mudanças na estrutura do time de F1 em si. O diretor executivo do time, Marcin Budkowski, saiu no começo do ano. O experiente Pat Fry, ex-Ferrari e McLaren, passou a atuar como chefe da parte técnica da equipe, e o ex-diretor de engenharia, Matt Harman (ex-Mercedes), agora é o diretor técnico. A ideia da Alpine é usar a formação de Harman na parte de motores, divisão em que ele atuava na Mercedes, para ajudar na integração entre a operação da UP e do carro.

Alain Prost, que atuava como diretor não-executivo, também deixou a equipe no início deste ano.

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Alain Prost foi um dos que deixaram a Alpine nos últimos meses
Imagem: Bryn Lennon/Getty Images

Não é por acaso que o CEO Laurent Rossi (que é, inclusive, um dos que chegaram no começo de 2021 e ficaram) fala em lutar pelo título apenas em 2024. Esta é uma meta que a Renault/Alpine vem postergando ano após ano, tendo falhado em produzir uma unidade de potência no mesmo nível dos rivais desde o início da era híbrida, em 2014, e também sem apresentar um carro competitivo o suficiente para sair do meio do pelotão.

A aposta de Rossi é na evolução de um time que estava, nas suas palavras, "perdido" no começo de 2021. "Não conseguíamos entender bem o carro", contou o francês. "Ao longo da temporada, passamos a operar o carro de uma maneira bem melhor." Para esta temporada, a meta, segundo Rossi, é "continuar aprendendo e o quinto lugar deve ser o mínimo. O que importa é que continuemos crescendo. Não é tão importante começar tão bem, mas sim terminar muito melhor do que começamos."

Uma das lições de casa para o carro de 2022 é melhorar o nível de aderência gerada. Ano passado, Alonso e Ocon sofreram em pistas de rua e quando o asfalto era menos abrasivo. O A522 já vai para a pista nesta terça-feira (22) para um shakedown em Barcelona, onde a F1 começa seus testes de pré-temporada na quarta-feira.

A Alpine é a última equipe a fazer o lançamento para a temporada 2022 antes do início dos testes, nesta quarta-feira (23), em Barcelona, na Espanha. A Alfa Romeo é a única que ainda não fez o lançamento, mas já fez um teste em pista, com uma pintura provisória.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL