Tetra de Vettel pode dar a Alonso jejum igual ao de Schumacher na Ferrari
O espanhol Fernando Alonso, bicampeão mundial de Fórmula 1 pela Renault em 2005 e 2006, chegou à Ferrari em 2010 como a esperança de ser o piloto perfeito para a equipe perfeita. Os títulos seriam os frutos dessa união. Mas, passadas quase quatro temporadas, o casamento ainda não decolou.
Com a possível confirmação do quarto título consecutivo do alemão Sebastian Vettel no GP da Índia deste domingo, Alonso vai igualar o jejum na Ferrari de um dos maiores gênios da categoria, Michael Schumacher.
O alemão chegou à Ferrari em 1996 como bicampeão pela Benetton, comandada por Flávio Briatore, que também chefiava a Renault de Alonso na década passada. A diferença entre a trajetória dos dois pilotos é que Alonso teve três temporadas sem títulos antes de migrar para a equipe vermelha. Em 2007, correu pela McLaren, numa fracassada passagem marcada por desavenças com o inglês Lewis Hamilton. No ano seguinte, retornou para uma Renault mais fraca e que pouco fez em 2008 e 2009.
Hoje, Schumacher é lembrado pelo amplo domínio que exerceu na Fórmula 1 correndo pela escuderia italiana entre 2000 e 2004, quando teve como companheiro de equipe o brasileiro Rubens Barrichello e conquistou todos os títulos de pilotos e construtores. Mas, antes de emplacar seu primeiro título dentro da equipe, em 2000, o alemão sofreu com uma fase ruim da Ferrari, assim como Alonso nos últimos quatro anos.
Se hoje o espanhol tem a forte concorrência da Red Bull, que domina a F-1 desde 2010, o alemão teve que lidar entre 1996 e 1999 com uma fase muito forte da Williams, que levou os títulos de 1996, com o questionado Damon Hill, e o de 1997, faturado por Jacques Villeneuve. Em comum com a atual Red Bull, aquela Williams tinha os motores Renault.
Nas duas temporadas seguintes, foi outra a escuderia que viria complicar a vida do alemão e da equipe italiana. Schumacher viu as temporadas de 1998 e 1999 serem vencidas por Mika Hakkinen e a McLaren-Mercedes.
Dificuldades pela frente
A próxima temporada de Alonso na Ferrari deverá ser bem diferente da que teve Schumacher em seu quinto ano. Enquanto o alemão contou com a contratação de Barrichello, que era um piloto em ascensão vindo da pequena Stewart, o espanhol vai ter como companheiro de equipe Kimi Raikkonen, campeão mundial que retornou em grande estilo à F-1 com bons resultados na Lotus. O finlandês é, por sinal, o último homem a vencer um Mundial pela equipe italiana.
Alonso, entretanto, vivencia um jejum menor do time. Em 2000, quando Schumacher iniciou sua quinta temporada na Ferrari, a escuderia havia acabado de completar 20 anos sem títulos mundiais. O último havia sido conquistado em 1979 pelo sul-africano Jody Scheckter. Hoje, a Ferrari está há seis anos sem vencer o Mundial de pilotos.
Schumacher também teve a seu favor o amplo domínio financeiro e tecnológico que a Ferrari passou a exercer nos anos seguintes. Para Alonso, esse tema é uma verdadeira incógnita, já que o regulamento da próxima temporada terá modificações importantes, sobretudo nos motores dos carros, e fará com que todas as equipes comecem seus projetos praticamente do zero.
A concorrência também será um fator de maior dificuldade para Alonso. Enquanto Schumacher tinha apenas a McLaren em 2000 como grande rival, com os pilotos Mika Hakkinen e David Coulthard, o espanhol terá não apenas que superar a atual soberana Red Bull de Sebastian Vettel, que contará ainda com o jovem Daniel Ricciardo, mas também em disputar posições com Mercedes, Lotus e até mesmo a McLaren, se a equipe se recuperar da péssima temporada feita em 2013.
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