F1 queria mais equilíbrio. "Ganhou" o carro mais dominante da história
Um dos objetivos das alterações radicais no regulamento da Fórmula 1 para 2014 era, segundo Bernie Ecclestone, equilibrar as forças da categoria, após quatro anos de domínio da Red Bull e de Sebastian Vettel.
Depois de reportar a queda de audiência da F1 em 2013, há dois meses, o dirigente disse, sobre 2014: “São esses desenvolvimentos que mantêm a F1 na liderança em termos de tecnologia. Tenho certeza que essa temporada não apenas oferecerá um alto nível de imprevisibilidade, mas ânimo renovado e uma competição mais acirrada”.
Imprevisibilidade, no entanto, foi algo que a F1 ainda não viu em 2014. Muito pelo contrário: no GP da China, no domingo, a Mercedes bateu um recorde histórico de domínio na categoria. Pela primeira vez na história, uma mesma equipe venceu, levou a pole position, marcou a volta mais rápida da corrida e liderou todas as voltas nas quatro primeiras etapas do ano.
Mesmo em temporadas notoriamente dominadas por uma só escuderia, isso nunca havia acontecido. Alfa Romeo e Ferrari, por exemplo, venceram todas as sete corridas em 1950 e 1952, respectivamente (sem contar a 500 Milhas de Indianápolis, que fazia parte do calendário, mas não era disputada pelas equipes europeias). Só que elas não conseguiram liderar todas as voltas nos quatro primeiros GPs.
Outras equipes que dominaram algumas temporadas – como McLaren (1984 e 1988), Williams (1992, 1993 e 1996), Ferrari (2001, 2002 e 2004), Brawn (2009) e Red Bull (2011 e 2013) – também não conseguiram essas marcas, muitas vezes por causa do quesito volta mais rápida.
Mas em 2014, Nico Rosberg e, principalmente, Lewis Hamilton, não deram chances para os adversários andarem na frente ou fecharem alguma corrida como os mais rápidos.
Hamilton ganhou na Malásia, Bahrein e China, enquanto Rosberg venceu na Austrália e foi pole em Sakhir – o inglês largou em primeiro nas outras três corridas. O alemão fez a melhor volta da corrida na Austrália, Bahrein e China, e Hamilton ficou com essa marca em Sepang.
Das 224 voltas completadas em 2014, 164 tiveram o inglês na liderança, e as outras 60 mostraram Rosberg na frente. O alemão é o líder do Mundial de Pilotos, com 79 pontos, quatro à frente do companheiro de equipe. Na distante terceira posição está Fernando Alonso, com 41 pontos.
Chances de mudança
As quatro etapas disputadas até agora representam 21% do campeonato inteiro, que conta com 19 corridas. A próxima corrida é o GP da Espanha, em 11 de maio, o primeiro disputado na Europa. O resultado da prova será fundamental para apontar se o domínio da Mercedes dará o tom ao resto da temporada ou se as outras equipes ainda podem entrar na briga.
Atual dirigente da Mercedes, o ex-piloto Niki Lauda disse que os campeonatos de pilotos e construtores ainda não estão garantidos para a marca alemã. E a principal rival é a Red Bull, que tem a quinta e a sexta posição, com Sebastian Vettel (33 pontos) e Daniel Ricciardo (24).
“Temos muitas corridas pela frente. A Red Bull tem fama de [sempre] voltar para a briga, e o [projetista] Adrian Newey está lá. Ele não foi à China, então talvez traga algo novo para Barcelona”, afirmou Lauda à revista Autosport.
“Minha maior preocupação é continuar trabalhando. Não podemos respirar um pouco e dizer que somos os melhores. As próximas três semanas serão muito importantes, porque todos terão um pacote novo”, continuou.
Segundo Lauda, o GP espanhol é um ponto-chave na temporada justamente por ser o local onde as equipes apresentam novidades em seus carros. “Se você está no topo em Barcelona, as coisas ficam um pouco mais fáceis”, analisou.
Para Felipe Massa, a Red Bull tem chances de se aproximar da Mercedes, mas chegar à frente da rival é outra história. “A Mercedes vai continuar na frente, outra categoria, mas as duas próximas pistas deverão fazer com que a Red Bull fique bem próxima. Em Mônaco [etapa depois da Espanha] a Red Bull tem até chance de vitória”, afirmou.
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