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Fórmula 1

Chefe da McLaren relembra bronca em Senna após forçar batida em Prost

Do UOL, em São Paulo

28/04/2014 08h34

O chefe da McLaren, Ron Dennis, relembrou em entrevista ao site da Fórmula 1 aquele que  considera como um “raro momento de fraqueza” do tricampeão mundial Ayrton Senna, cuja morte vai completar 20 anos no próximo dia 1° de maio.

Para o dirigente, a manobra que tirou o rival Alain Prost do GP do Japão de 1990, em Suzuka, foi um dos momentos negativos da carreira do ídolo brasileiro. Senna conquistou o bicampeonato mundial após bater na Ferrari do piloto francês logo após a largada da corrida.

Dennis lembrou a curta conversa que teve com Senna logo após a corrida. “Eu olhei para as marcas, o freio e o pedal do acelerador, e não precisava ser um Einstein para entender o que aconteceu. Ele voltou para os pits, e eu disse: ‘Estou desapontado com você’. Ele entendeu. Eu não precisei dizer nada mais”, disse Dennis.

“Foi um dos seus raros momentos de fraquezas. Eu não acho que ele estava orgulhoso daquilo, mas foi a gota d’água quando o pole position foi colocado no lado errado da pista”, relembrou o dirigente, mencionando a decisão da direção do GP do Japão de mudar a posição de largada, deixando Senna, que fez o melhor tempo nos treinos classificatórios e deveria largar no lado mais sujo da pista.

“Ele disse que não havia jeito de terminar a primeira curva na liderança. ‘Se eu chegar na primeira curva, ele estiver em primeiro e eu não conseguir passar, não vou sair dele’. Não foi um grande momento, mas ele teve muitos lapsos em sua vida e era uma pessoa incrível, de princípios. Um grande ser humano”, analisou o ex-chefe do brasileiro.

A disputa com Prost aconteceu um ano depois de Senna ter perdido a chance de ser bicampeão no mesmo circuito de Suzuka, quando o francês era companheiro de McLaren e forçou uma batida na última chicane da pista.

Prost, que era campeão com o abandono de ambos, deixou a corrida, mas Senna pediu para que os fiscais de prova o ajudassem a retornar e conseguiu voltar ao circuito. Após trocar o bico, danificado pela colisão, Senna conseguiu retormar a liderança e venceu a prova.

Mais tarde, a Federação Internacional de Automobilismo, comandada pelo francês Jean-Marie Balestre, desclassificou o brasileiro do GP do Japão, por causa do corte na chicane ao retornar para a prova.

A decisão da FISA levou Senna a pensar em se aposentar da Fórmula 1. Dennis foi uma das pessoas que o convenceram a reconsiderar.

“Ele se aposentou, escreveu uma nota dizendo que não iria correr no ano seguinte. Disse que o mundo da F1 era injusto, imoral. Eu disse para ele ficar calmo. Sua irmã foi sempre muito influente para guiar Ayrton. Eu obviamente falei com ela e com seu pai e a chave foi dizer a ele: ‘Se você parar, eles venceram. Isso é exatamente o que eles querem. Você não está vencendo se parar, você está perdendo”, concluiu.

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