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21 anos sem Senna: rumo ao tri, Hamilton se vê como aprendiz do brasileiro

Hamilton chegou a usar um capacete inspirado por Senna no GP do Brasil de 2011 - Nacho Doce/Reuters
Hamilton chegou a usar um capacete inspirado por Senna no GP do Brasil de 2011 Imagem: Nacho Doce/Reuters

Do UOL, em São Paulo

01/05/2015 06h00

Um piloto com imenso talento natural, um estilo agressivo, que não pensa duas vezes antes de ultrapassagens e que chegou a Fórmula 1 com muita expectativa após grande sucesso nas categorias de base e não demorou a impressionar. A definição serve tanto para o atual campeão e líder da temporada, Lewis Hamilton, como também para seu grande ídolo, Ayrton Senna, cuja morte completa 21 anos hoje. E o piloto garante: nada disso é mera coincidência.

“Todos amam um vencedor. O mundo é assim. E Ayrton Senna foi um dos maiores vencedores que o esporte teve. Mais do que isso: ele foi um herói genuíno, um ícone que inspirou pessoas do mundo inteiro”, escreveu o inglês em sua coluna na BBC.

Hamilton, que tinha nove anos quando Senna morreu, em acidente no GP de San Marino em 1º de maio de 1994, revelou que começou a assistir à Fórmula quando tinha quatro ou cinco anos, por influência do pai, Anthony. “Amava carros. Naquela época, Senna e Prost eram os astros e eles imediatamente prenderam minha atenção. Ayrton estava sempre concentrado nas entrevistas e, além disso, as crianças gostam de cores e eu me atraía pelo carro vermelho e branco com o capacete amarelo”, contou.

A família de Hamilton, percebendo seu interesse pelo brasileiro, passou a comprar livros e revistas e a lhe contar mais sobre o lado humano de Senna. “Dai eu entendi sua personalidade e passei a admirar a forma como lidava com as corridas. E sabia que ele começou a correr quando era menino no Brasil e, assim como eu, contava com a ajuda do pai. Ficava impressionado por sua determinação, mudando-se para a Inglaterra com vinte anos para seguir seu sonho.”

Mas o inglês revela que a grande lição que Senna lhe ensinou foi dar tudo de si quando estava na pista. “Eu me identifico com isso”, garante. “É exatamente como me sinto e como sou. É por isso que sinto, desde criança, essa conexão com ele.”

Para Hamilton, esse estilo de Senna ficava bastante claro em sua rivalidade com Alain Prost. “Prost era tido como mais esperto, era mais velho e parecia considerar mais as coisas. A abordagem era diferente de Senna. Mas era Senna quem tinha o talento puro. E tinha muito. Ele conseguia mostrar porque a maior parte do tempo tinha um carro bom, mas você tem que lembrar que ele só tinha carros bons porque era muito habilidoso”, defende. “E muito da maneira como eu piloto hoje vem da inspiração do que eu o vi fazer.”

Piloto da McLaren desde os tempos de kart, Hamilton chegou a ter um breve encontro com Senna, um ano antes de sua morte, e a “personalidade magnética” do brasileiro ficou marcada em sua memória. “Amava sua vulnerabilidade e como ele era aberto. Todos têm fraquezas e era fascinante como ele as superou. Também ficava impressionado com sua abertura sobre sua relação com Deus e suas crenças.”

Desde aquele 1º de maio em 1994, a data é de reflexão para Hamilton. “Senna era uma lenda que será lembrado e admirado para sempre”, crê o piloto, que está em busca do tricampeonato da Fórmula 1 nesta temporada e também tem grandes chances de ao menos igualar o número de vitórias de Senna em breve: em 36 triunfos em 152GPs, contra 41 em 161 participações do brasileiro.

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