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Não é só o motor: cinco motivos para o sofrimento da McLaren em 2015

Alonso e Button ainda não pontuaram após cinco etapas disputadas neste ano - Clive Mason/Getty Images
Alonso e Button ainda não pontuaram após cinco etapas disputadas neste ano Imagem: Clive Mason/Getty Images

Julianne Cerasoli

Do UOL, em Barcelona (ESP)

12/05/2015 12h00

A McLaren esperava dar um grande salto na quinta etapa do campeonato, na Espanha, mas saiu de Montmeló com mais perguntas do que respostas após ambos os pilotos relatarem experiências “assustadoras” com o carro. Desanimado, Jenson Button chegou a dizer, inclusive, que não espera sequer chegar nos pontos nesta temporada. E Fernando Alonso até desistiu de participar do teste que acontece entre hoje e amanhã no Circuito da Catalunha, sendo substituído pelo piloto de testes Oliver Turvey.

Confira os 5 motivos para desanimar Alonso e Button em 2015:

1. Distância para os melhores carros
Após cinco etapas disputadas, apesar de ter melhorado em relação à Austrália, quando ficou cerca de 3s atrás dos líderes na classificação, a McLaren tem demonstrado melhoras, mas ainda está muito abaixo do que a própria equipe esperava. Um grande pacote de mudanças trazido para o GP da Espanha acabou não tendo o efeito esperado: o melhor tempo da McLaren na classificação em Montmeló, marcado por Fernando Alonso, foi 2s594 pior que o de Nico Rosberg na mesma fase do treino em que o espanhol foi eliminado, o Q2, mostrando que o time ainda tem muito o que crescer para lutar por posições melhores.

2. Expectativa por punições
Além de se mostrarem lentos demais para chegar nos pontos, Alonso e Button ainda precisam se preocupar com punições. O regulamento divide os motores, chamados de unidades de potência, em seis itens e nenhum deles pode ter mais de quatro unidades usadas durante o ano. Button é o mais pendurado, estando na terceira unidade em quatro dos seis elementos. Quando usar o quinto, perderá 10 posições no grid. A situação de Alonso não é muito melhor: o espanhol está na terceira unidade em três elementos.

3. Comportamento imprevisível
Os updates trazidos ao GP da Espanha, que prometiam melhorias principalmente no desempenho do carro em si, não funcionaram e, ainda por cima, tornaram o comportamento do carro imprevisível, de acordo com Jenson Button. O inglês chegou a dizer que “as primeiras 30 voltas do GP da Espanha foram as mais assustadoras” da sua vida. A dificuldade em compreender o carro tem sido um dos grande problemas da McLaren no ano.

4. Pouca quilometragem = pouco desenvolvimento no carro
Essa falta de compreensão tem a ver com a pouca quilometragem, relacionada também a problemas no motor. Desde a pré-temporada, a McLaren tem convivido com quebras e tem perdido tempo de pista. Com isso, não consegue desenvolver a aerodinâmica e os pilotos têm demonstrado dificuldade especialmente nas reacelerações e têm reclamado da falta de pressão aerodinâmica, que aparece em circuitos de curvas de alta e média velocidade como o palco do GP da Espanha. Se havia alguma dúvida de que os problemas do time não são apenas no motor, a quinta etapa do mundial deixou isso claro.

5. Falta de patrocínio
A McLaren até apareceu com uma nova pintura, mais escura, no GP da Espanha, mas continua, pelo segundo ano seguido, sem um patrocinador principal. Apesar dos dirigentes garantirem que o time não passa por dificuldades financeiras, certamente o macacão escasso de patrocinadores usado por Button e Alonso não é um bom sinal.

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