São Paulo pretende criar cargo remunerado para superintendente
João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol do São Paulo, confirmou que o clube pretende criar um cargo de superintendente remunerado após a saída do diretor Adalberto Baptista, que apresentou sua carta de demissão nesta quinta-feira. O cargo não substituiria a função que era de Adalberto, que será ocupada por uma pessoa indicada pelo conselho, conforme determina o estatuto do clube.
Ainda de acordo com o cartola, o superintendente deve ser anunciado antes ainda do que o diretor de futebol. Ele evitou dar nomes ou dizer se será um ex-jogador, mas disse que algumas prerrogativas são necessárias. “Tem que ser são-paulino e não pode ter trabalhado em outro clube. Além disso, tem que ser uma pessoal de nível intelectual bom e que tenha trânsito entre os jogadores, que seja apaziguador”, disse.
A declaração soou como uma alfinetada em Marco Aurélio Cunha, virtual candidato da oposição para as próximas eleições tricolores. No início da semana, o ex-diretor do São Paulo foi alvo de polêmica após ser divulgado um vídeo em que aparece cantando uma marcha do Santos, clube em que trabalhou.
O dirigente afirmou que o superintende remunerado não poderá acumular funções e terá que se dedicar integralmente ao São Paulo. “Queremos que ele tenha dedicação exclusiva ao futebol. Que seja a interface entre a diretoria e a comissão técnica. Para facilitar o trabalho da diretoria, se cogita a contratação desse profissional”, explicou.
João Paulo elogiou Adalberto Batista, disse que ele sacrificou sua vida particular pelo São Paulo, e que a relação com a atual gestão de Juvenal Juvêncio não ficou estremecida por conta de tudo o que aconteceu. Ele também disse que sua saída não teve ligação com as críticas do ex-diretor ao goleiro Rogério Ceni.
“Adalberto é uma pessoa muito querida. Agradecemos muito os serviços que prestou ao São Paulo. As contratações que ele fez foram muito elogiadas. Se ainda não vingaram, espero que vinguem, não foi por falta de qualidade. Não só as de atletas. Quando nós contratamos o Ney Franco, por exemplo, houve um volume de elogios muito intenso. Mas o futebol não é uma ciência exata e as coisas às vezes acabam não dando certo. Chega um momento de pressão e ele entendeu que era o momento de sair”, afirmou.
O diretor disse ainda que, embora o futuro superintendente precise ter uma boa relação com os jogadores, eles nãos serão consultados previamente sobre possíveis nomes. “Democracia corintiana não é aqui no São Paulo. A gente respeita, mas temos nossa própria cultura”, brincou.
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