Tecladista do Skank ajuda a contar em livro a história do tri do Cruzeiro

A irretocável campanha do Cruzeiro, que culminou com a conquista antecipada do título brasileiro, ano passado, é contada por um músico e um  jornalista, que se uniram para escrever “Cruzeiro Tricampeão Brasileiro”. O livro foi lançado na noite desta quinta-feira, na capital mineira. Henrique Portugal, tecladista do Skank, e Bruno Mateus, editor oficial da revista do clube, relatam em 192 páginas, histórias dos três títulos em campeonatos brasileiros.

“Meu papel é mostrar a visão do torcedor. No livro têm algumas colunas que achei que faziam sentido dentro da ideia de mostrar qual o sentimento da torcida em certos jogos naquela semana que foram realizadas as partidas. Outros textos, por exemplo, mostram a importância do Mineirão dentro das três conquistas, de 1966, 2003 e 2013”, afirmou o tecladista da banda Skank, que é um cruzeirense fanático assim como o vocalista Samuel Rosa.

Ao custo de R$ 99, o torcedor cruzeirense conhecerá detalhes não apenas do título da última edição do Brasileirão, mas também das outras duas vitoriosas campanhas: na Taça Brasil, em 1966, que foi posteriormente reconhecida pela CBF como título brasileiro, e do Campeonato Nacional, em 2003, anos em que o Cruzeiro comemorou a tríplice coroa.

O vasto material conta com depoimentos de quem participou das conquistas, tanto dentro como fora de campo, fichas técnicas, situações de bastidores e fotografias, muitas inéditas, mostrando os jogadores e a torcida, e muitas crônicas sobre as partidas e os momentos inesquecíveis da conquista de 2013. A grande maioria delas foi escrita por Henrique Portugal, que ficou encarregado de levar a emoção dos torcedores e utilizou alguns textos da sua coluna semanal no jornal Estado de Minas.

Sempre que é possível, Henrique Portugal tenta conciliar os compromissos profissionais do Skank, não apenas com a vida de escritor, mas, principalmente, com a de torcedor para tentar ir aos jogos. Entre as partidas da campanha celeste, ele elegeu uma em especial. “Eu citaria a vitória de 3 a 0 sobre o Botafogo (no Mineirão). Inclusive tem uma frase do Seedorf no livro falando da importância da torcida dentro de um título como este”, destacou.

Surpreso com o convite, ele comemorou a oportunidade de ficar mais próximo do clube e ficar registrado, de certa forma, na história do Cruzeiro. “Como torcedor foi um convite maravilhoso e um desafio interessante. Meu primeiro livro e logo de cara escrever como representante de uma paixão de milhões de torcedores. Como não tive a oportunidade de jogar pelo Cruzeiro, para mim, este livro é o mais próximo que eu posso chegar de estar dentro das quatro linhas dessas conquistas tão importantes para o meu time do coração”, ressaltou.

A ideia do livro surgiu com o Campeonato Brasileiro ainda em andamento. Como o clube sobrava na competição e o título parecia iminente, o Cruzeiro foi consultado por uma editora de São Paulo e convidou Henrique e Bruno Mateus para serem os encarregados de transportar para o livro essa história.

O jornalista, mais responsável pelos registros históricos e a parte racional do livro, conta como foi o processo. “Em outubro a gente começou a montar o esqueleto do livro, fizemos algumas reuniões. Começamos resgatando 66 com depoimentos de alguns jogadores, quase todos do time titular. Depois passamos para 2003, com depoimentos dos grandes destaques e quase que a totalidade do livro aborda 2013, que foi o fato mais recente e o motivo da publicação”, explicou Bruno Mateus.

Além de textos dos autores, depoimentos dos jogadores e um prefácio do jornalista Paulo Vinícius Coelho, o cruzeirense que comprar o livro se surpreenderá com dois textos em especial. Um do presidente Gilvan de Pinho Tavares e outro do técnico Marcelo Oliveira. O do treinador, inclusive, é na visão de Bruno uma das partes mais marcantes dos depoimentos do time de 2013. Ele também elegeu o testemunho de dois ídolos como memoráveis.

“O Dirceu Lopes falando que na vitória de 6 a 2 sobre o Santos, em 1966, foi muito bonito. Falou que durante o intervalo daquele jogo, quando estava 5 a 0 para o Cruzeiro, estava um silêncio no vestiário, pois ninguém acreditava no que estava acontecendo. O Alex, que tem identificação enorme com o clube, deu um depoimento legal falando da relação com a torcida”, revelou o jornalista.

A intenção dos dois é que o livro sirva como um almanaque, um registro histórico para ficar guardado no coração dos cruzeirenses. “A intenção é essa. É um livro que o torcedor vai deixar na estante do quarto, para mostrar para o primo, para o tio, um documento para guardar mesmo. Para daqui a cinco, dez anos, o cara folhear e viajar no tempo, lembrar essas três gerações fantásticas do Cruzeiro”, comentou Bruno Mateus.

O lançamento do livro, na loja Maior de Minas, ao lado da sede do Cruzeiro no Barro Preto, contou com a presença dos dois autores para autografar a obra e levou torcedores ilustres, como os ex-jogadores Evaldo e Zé Carlos e o vocalista do Skank, Samuel Rosa, que prestigiou o parceiro e amigo. Ele elogiou o livro e, em tom de brincadeira, disse à Rádio Itatiaia, que se Henrique Portugal cansar da música, "a geladeira dele nunca ficará vazia", porque tem um texto muito bom. A festa contou ainda com a presença do presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares.

Atualizado às 21h10