Promessa de Palmeiras e Flu ataca de corretor e fatura alto longe do campo
Aos 26 anos, Lenny está cansado do futebol. O jogador com passagens por Fluminense, Palmeiras, Figueirense, Japão e Braga, de Portugal, ainda evita ser chamado de ex-atleta e diz negociar com “alguns clubes do Brasil e do exterior”, mas já não alimenta tantos sonhos dentro das quatro linhas. E já até toca uma vida paralela longe dos campos.
Com as economias dos tempos em que era tratado como craque no Brasil e na Europa, o jogador acumula imóveis no Rio de Janeiro e ataca como corretor da área, ainda que evite o rótulo da nova ocupação e se declare apenas um investidor.
“Não chega a ser propriamente um corretor, mas estou analisando, comprando, vendendo e investindo no mercado imobiliário. Não tenho uma corretora própria, mas visito algumas e me aconselho com amigos da área. Administro alguns imóveis que são meus, deixo outros alugados com imobiliárias e fico atento às oportunidades de mercado”, contou.
“Não é hobby. Posso chamar de ocupação mesmo, até porque tenho um faturamento alto no final do mês. Aluguel e venda dão um dinheiro bom. Não é questão de ostentar, mas não cuido de coisas de R$ 10 mil, R$ 15 mil. São negócios grandes. E fico sempre por perto, afinal o boi só engorda aos olhos do dono”, brincou Lenny, ao comentar a nova rotina.
A opção de atuar no mercado imobiliário virou coisa séria para o jogador, que estuda o assunto e procura se especializar no ramo de investimentos.
“Como ainda treino para manter a forma e faço outras coisas, não chego a pegar um curso disso. Mas estou sempre assistindo a palestras de educadores financeiros e trocando ideias com gente do ramo. Procuro saber cada vez mais, até porque jogador tem vida curta. E eu já não sou mais menino”, disse o meia, que chegou a ser conhecido pelas madeixas louras no cabelo e hoje usa adota um corte mais discreto.
E falar sobre atividades que nem de longe remetem ao futebol agrada cada vez mais o jogador. Lenny confessa não ser fã do esporte e diz evitar comentar o assunto.
“Se for para falar de futebol, passado e qualquer coisa de futuro, prefiro nem dar entrevista. É uma coisa chata. E eu cansei também, os assuntos são sempre os mesmos e eu acabo falando uma besteira ou outra que pode me atrapalhar. Vamos falar de outras coisas, é melhor. E muito mais divertido. A vida tem tantas coisas mais importantes e interessantes do que o futebol. Não perco uma noite de quarta ou tarde de domingo para ver futebol e ficar debatendo. Nunca fui disso. Nunca tive time do coração. Só gosto de jogar mesmo”, disse.
“E se não está legal na profissão, temos que tentar do outro lado. E é isso que faço com os imóveis, até porque preciso manter um padrão de vida. Saí da Vila da Penha com minha família e hoje moro com avó e avô naquela região de Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes [praias da zona oeste do Rio]. Não quero perder isso. Ainda pago planos de saúde para os dois e tento ter um conforto”, contou o jogador.
Mesmo refém de contratos curtos e sem receber um salário fixo desde o final de 2011, quanto passou pelo Figueirense, Lenny ainda tenta acreditar em um futuro nos gramados e espantar a condição de ex-atleta.
“Converso com clubes do Brasil e do exterior. Deve pintar algo aí antes da Copa ainda. Treino com amigos no CFZ [clube de Zico no Rio de Janeiro] e procuro estar em forma, até para já poder chegar a algum time e jogar logo. Mas não vou falar muito além disso”, encerrou. Definitivamente, o assunto com o investidor imobiliário Lenny agora é em outro campo.
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