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Surpresa do penta joga no lanterna de 2ª divisão dos EUA em grama sintética

Kleberson é marcado por Klose na final da Copa do Mundo de 2002 - Getty Images
Kleberson é marcado por Klose na final da Copa do Mundo de 2002 Imagem: Getty Images

José Ricardo Leite e Vanderlei Lima*

Do UOL, em São Paulo

27/05/2014 06h00

Ele foi uma das maiores surpresas da convocação do técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa de 2002 e acabou como um dos principais jogadores do pentacampeonato na Coreia do Sul e do Japão. Voltou a ter chance no último Mundial, com Dunga, e depois foi sumindo. Afinal, onde está o meio-campista Kleberson, lembra dele?

Aos 34 anos, o volante que arrumou o time de Felipão no penta durante a Copa hoje atua no Indy Eleven, time que é o atual lanterna da North American League, dos Estados Unidos.

O campeonato pode ser considerado uma Série B em prestígio na terra do Tio Sam, embora não haja uma hierarquia oficial de divisão nos torneios de lá como ocorre no Brasil.

As ligas são feitas por organizações diferentes, o principal campeonato de futebol é a Major League Soccer.

Ele chegou a ser contratado pelo Manchester United em 2003 por seis milhões de libras com a responsabilidade de substituir nada mais nada menos do que David Beckham e o argentino Verón, que saíram para Real Madrid e Chelsea, respectivamente.

Não deu certo, se aventurou pelo futebol turco e voltou ao Brasil em 2007. Desde então, teve passagens discretas por Flamengo, Atlético-PR, time que o revelou, e Bahia.

Está desde o ano passado nos Estados Unidos, cujo primeiro time lá foi o Philadelphia Union, clube que joga a Major League. O fato de hoje atuar em um clube de uma liga que tem menos prestígio e estar na lanterna não é algo que incomoda o jogador. Explica que pesa a qualidade de vida em Indianápolis e que está feliz por desfrutar de toda as possibilidades que a cidade oferece.

“Recebi o convite para jogar numa liga inferior e aceitei com o maior carinho porque aqui é um lugar que eu vejo o futebol crescendo e para as minhas pretensões é muito importante eu ajudar nesse projeto nesse desenvolvimento do futebol nos EUA. Indianápolis é uma cidade maravilhosa, voltada para o esporte. Posso ver as 500 milhas de Indianápolis, os Pacers estão nas finais dos playoffs da NBA, tem futebol americano. Então estou muito feliz aqui”, falou, em entrevista ao UOL Esporte.

Kleberson atua em um time que joga em campo sintético e cujo estádio tem capacidade para apenas 12 mil pessoas. Diz que seu time ainda está se estruturando melhor e que tem procurado mais se acertar do lado de fora do que em campo, o que justifica a campanha ruim, de apenas três pontos em sete jogos e a última colocação de sua liga. Apesar disso, demonstra confiança em uma virada por seu time ser muito jovem

“Infelizmente não estamos fazendo uma boa campanha, é o primeiro ano do nosso time. Ainda jogamos em campo sintético, então é um clube que investiu mais na parte de marketing do que no elenco. Não estamos e bem e não ganhamos nenhum jogo. Mas o clube projeta coisas boas para o futuro. Quando eu vim pra cá, foi com o intuito de ajudar mesmo”, explicou.

Aposentadoria? Isso é algo que não passa pela cabeça do jogador. “Sou apaixonado pelo que faço. Pretendo continuar muito ainda, não sei ainda até quando vou aguentar. A hora que ele disser que não aguenta mais...mas sou um cara que me cuido bem. Me sinto bem no país fora de campo. Não sei quando vou parar, só não sei se vou exagerar igual meu amigo Paulo Baier (de 39 anos), finalizou.

*Colaborou Guilherme Ceciliano