Índia tira astros da aposentadoria para vender futebol a 1,2 bilhão de fãs
A Índia tem a segunda maior população mundial, uma das maiores economias, é apaixonada por críquete, mas insignificante no futebol. Um mercado com mais de 1 bilhão de pessoas consome aos poucos o futebol europeu, mas não o local. Pensando em explorar tal potencial, um dos homens mais ricos do mundo atraiu grandes empresas, celebridades e criou a ISL (Indian Super League, ou Superliga Indiana).
O projeto é inspirado no modelo norte-americano e terá três meses de duração em sua primeira edição. Oito franquias em oito cidades foram formadas por times já existentes, ídolos do críquete, artistas de Bolywood e empresas de diferentes setores. O objetivo foi não só atrair dinheiro, mas criar interesse a partir de nomes já consolidados na mídia local.
O torneio será disputado pelas oito equipes entre 12 de outubro e 20 de dezembro, com turno e returno, semifinais e final. Cada time terá um “jogador símbolo”, sete estrangeiros e pelo menos 14 indianos (sendo quatro da cidade que sedia a equipe). Esse jogador símbolo será uma espécie de embaixador do futebol em campo.
Para tais vagas, a organização foi buscar nomes como os franceses David Trezeguet e Robert Pires, o sueco Ljungberg e os espanhóis Capdevilla e Luis Garcia. Pires e Ljungberg estavam aposentados, mas aceitaram voltar aos gramados, atraídos pelo elevado salário.
Para construir o interesse aos poucos, a Superliga Indiana abriu primeiramente a concorrência para a formação das oito franquias. Em seguida, dividiu a escolha de jogadores entre os times por meio de drafts, como acontecem nos esportes norte-americanos.
Você pode perguntar: por que tanta gente decidiu investir no projeto? Segundo analistas locais, o interesse no futebol está crescendo no país. Devido à imensa população, os indianos já assistem mais ao Campeonato Inglês que os próprios ingleses em números absolutos. O Espanhol também começa a ganhar espaço. E os investidores querem aproveitar essa onda, já que o atual campeonato indiano registra números ruins.
Por trás da Superliga Indiana está Mukesh Ambani, presidente e maior acionista da Reliance Industries, conglomerado responsável por 14% de todas as exportações indianas. Ambani é considerado um dos 20 homens mais ricos do mundo, com fortuna estimada em R$ 50 bilhões. Portanto, não se surpreenda se em breve seu time perder jogadores para times como Delhi Dynamos, Atletico de Kolkata e Kerala Blasters.
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