Racha político do São Paulo inviabiliza e atrasa reforma do Morumbi
Quando assumiu a presidência do São Paulo em abril, Carlos Miguel Aidar tinha como uma de suas prioridades a aprovação da reforma do estádio do Morumbi ainda neste ano. Na ocasião, porém, as coisas eram bem diferentes. Agora, (novos) aliados do presidente consideram o feito impossível, e admitem que o projeto, por ora, deve ser colocado de lado. O culpado principal é o racha político entre o atual mandatário e seu antecessor.
Para a votação da cobertura do estádio, é necessário que pelo menos 75% dos conselheiros estejam presentes no pleito. Em dezembro e em janeiro do ano passado, Juvenal tentou aprovar o projeto original, em parceria com a construtora Andrade Gutierrez. A oposição boicotou a reunião, e a parceira acabou desistindo do negócio.
Para não comparecer, os oposicionistas alegaram falta de transparência e descontentamento com alguns detalhes técnicos do projeto. Aidar assumiu em abril confiante de que poderia responder às perguntas e apresentar uma alternativa que tivesse aprovação dos adversários políticos. Líderes da oposição, como Marco Aurélio Cunha, chegaram a dizer que estavam abertos para analisar e votar um novo projeto.
O cenário, porém, mudou drasticamente. No mês passado, Aidar fez duros ataques à gestão de Juvenal Juvêncio em uma entrevista à Folha de S. Paulo, responsabilizando o ex-presidente pelo endividamento do clube. Juvenal, através de vários veículos de imprensa, respondeu, e acabou demitido da diretoria das categorias de base do São Paulo.
Com o racha, Aidar se aliou ao grupo político Clube da Fé – formado justamente pelos opositores de Juvenal, e que haviam boicotado a votação da reforma em dezembro – e rompeu de vez com seu antecessor. A oposição são paulina virou situação.
Agora, o novo grupo do presidente tricolor está na mesma situação enfrentada por Juvenal no fim de seu mandato: para aprovar o projeto, precisa da presença da nova oposição, algo que tem chances mínimas de ocorrer.
Pessoas próximas a Aidar ouvidas pela reportagem consideram uma aprovação neste cenário político absolutamente impossível. Na visão delas, tentar iniciar um debate sobre isso agora resultaria em novo boicote, dando a Juvenal uma desnecessária vitória política. Por isso, afirmam, a cobertura do Morumbi deve descer na lista de prioridades da diretoria são paulina. No próximo dia 13, segunda-feira, há uma reunião do Conselho Deliberativo, mas a reforma não deve entrar na pauta oficial.
A seus aliados, Aidar afirmou que a reforma foi um dos motivos da briga com Juvenal – o ex-mandatário foi responsabilizado pelo vazamento de um modelo de projeto preparado pelo presidente à imprensa.
Por hora, o torcedor são paulino terá que ter paciência para ver o Morumbi coberto. O estádio será palco da partida entre São Paulo e Atlético-PR, nesta quarta.
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