Presidente resolve ser treinador do time e até se ameaça de demissão
O clichê do futebol diz: pênalti é tão importante que deveria ser batido pelo presidente do time. Mas, em um time do Amazonas, o presidente é quem define quem bate os pênaltis - afinal, ele é também o treinador do time. E garante ter coerência na dupla função. Diz que se como mandatário não estiver satisfeito com seu trabalho como técnico, vai demitir sua versão "comandante".
O time em questão é o Nacional Borbense. O treinador-presidente é Robson Sá, 39 anos. Desde 2013, é ele quem comanda a equipe, tanto nos bastidores quanto à beira do gramado.
“O time foi fundado por três irmãos, e nem sempre o pessoal tinha tempo de fazer a parte burocrática. Então, assumi”, contou Sá por telefone ao UOL Esporte.
Ao longo da última década, Robson teve passagens discretas por clubes locais – esteve no América-AM em 2003 e 2004, e no Manicoré em 2010. Na cidade de Borba (AM), defendeu o Nacional ainda em sua fase amadora, antes que o time se profissionalizasse para disputar a Série B do Campeonato Amazonense em 2013.
Os resultados à frente da equipe não decepcionaram. Promovido à elite local no ano de estreia, o Nacional Borbense foi o quarto colocado do Amazonense em 2014. Por isso, mesmo em sua primeira experiência, o treinador – admirador de Tite e Doriva – mira alto e já quer o título de campeão na edição 2015 do torneio.
”Estamos formando um time com jogadores rodados – não muito velhos, mas com passagens por clubes grandes”, conta o treinador, que foi montar seu elenco com jogadores de outros estados. “Tem alguns jogadores que se perderam por causa de dinheiro e que resolveram dar a volta por cima. Eles mostraram que realmente vieram para ficar, são muito profissionais”, completou.
Antes da estreia no Amazonense 2015, o time realizou jogos-treino, e não decepcionou no único amistoso que fez: venceu a seleção da cidade de Borba por 7 a 1. O retrospecto empolga, mas o presidente Robson Sá não descarta demitir o técnico Robson Sá caso os resultados sejam ruins. Até aqui, a equipe soma três pontos em quatro jogos, ocupando a sétima posição do torneio.
”Sem dúvida. Correria atrás de mais estudos e procuraria me qualificar em vários cursos”, assegura o treinador. “Mas posso dizer que isso não vai acontecer tão cedo”, completa, rindo.
Por enquanto, Robson Sá diz que não é momento de contratar um treinador para substituí-lo. Segundo ele, o risco maior é outro: deixar o Nacional Borbense diante de uma proposta para treinar outro clube. Aí, o presidente vai ter que liberar.
“A preocupação de todo mundo, na verdade, é se eu tenho coragem de sair do Nacional. Eu tenho meu método de trabalho. Mas se chegar uma proposta, dependendo da proposta, talvez eu saia do clube”, contou, sem problemas para deixar a presidência em busca da carreira como treinador. “Eu quero me afastar disso. É muita coisa para mim. Graças a Deus, eu estou preparado para trabalhar coletivamente”, completou.
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