Mustafá revela: Pedrinho recusou salário em período lesionado no Palmeiras
Em um futebol marcado por lesões e questionamentos sobre o real estado de jogadores machucados, tornou-se cada vez mais comum a sugestão de um contrato de produtividade para aqueles que tem o currículo marcado por longos períodos de inatividade. O fato pode ser novidade, mas um dos atletas rotulados tentou achar uma solução pouco convencional no início dos anos 2000.
Presidente do Palmeiras no início do século, Mustafá Contursi revelou que o meia Pedrinho não queria receber salário enquanto não resolvesse um crônico problema muscular.
"Ele estava para voltar depois de mais uma lesão e sentiu uma nova contusão. Ficou muito abatido, deprimido. Esse pedido foi como um desabafo, algo que estava o incomodando. Mas eu não aceitei isso. Me recuso terminantemente a não cumprir aquilo que está acordado", disse o ex-presidente.
E Pedrinho explicou os motivos que o levaram a fazer o pedido inusitado.
"Eu estava muito chateado. As pessoas confundiam o jogador que tinha muitas lesões com aqueles que não queriam nada. Tive muitas lesões e algumas pessoas criaram rótulos ruins. Chegaram a divulgar meu salário nos jornais e isso mexeu comigo, com meus valores. Bati na porta do Mustafá e fiz o pedido. Não queria receber enquanto não assinasse uma súmula", relembrou o ex-jogador.
Mesmo sem acreditar que essa seja a melhor solução para lidar com atletas contundidos, Pedrinho disse que o modelo atual de contratos precisa ser repensado.
"Falam em um vínculo de produtividade, mas não se deve pagar apenas se o cara produzir. Penso que devem relacionar por vezes que ele está à disposição do treinador. Para quem tem problema de lesões, que se calcule um número mínimo por mês. Se o time tem seis jogos, que ele fique em condições do jogo em pelo menos quatro. Seria mais interessante. O jogador precisa entender que deve cuidar do seu corpo, saber que depende daquilo para receber", explicou Pedrinho.
Em pouco mais de quatro anos no Palmeiras, Pedrinho sofreu com inúmeras lesões e disputou apenas 92 jogos, fazendo 21 gols. Mesmo com a sugestão, não ficou sem receber. E ainda ganhou elogios do mandatário da época.
"Nós não fomos muitos felizes na passagem dele pelo Palmeiras pelas contusões que teve, mas sempre foi um bom profissional. Não tínhamos dúvidas sobre seu caráter", avaliou Mustafá Contursi.
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