Dunga usa Neymar e ligação com gaúchos para retomar carinho com seleção
A seleção brasileira entra em campo nesta quarta-feira, no Beira-Rio, às 22h, para enfrentar Honduras no último amistoso antes da Copa América. E o jogo não ocorrerá em Porto Alegre por acaso. De olho no prestígio perdido com a torcida após o fracasso em casa na Copa do Mundo de 2014, o time de Dunga aposta no bom relacionamento com os gaúchos para retomar o carinho e amenizar qualquer possível destaque no país antes de encarar a disputa da Copa América.
Além de ser casa do treinador e tê-lo projetado no mundo do futebol, o Rio Grande do Sul tem um retrospecto histórico na hora de embalar a seleção.
Em 2001, foi em Porto Alegre que a seleção entrou em campo para superar a traumática eliminação para Honduras na Copa América e se reencontrar após um início ruim nas Eliminatórias. O então treinador, Luiz Felipe Scolari, pediu ao presidente da CBF na época, Ricardo Teixeira, e viu a vitória por 2 a 0 sobre o Paraguai no estádio Olímpico endossar seu argumento.
Em 2013, após derrotas no início de trabalho e inúmeros questionamentos às vésperas da Copa das Confederações, foi na Arena do Grêmio que a seleção venceu a França por 3 a 0 e embalou para conquistar o torneio um ano antes do Mundial.
“A seleção é sempre bem recebida no Rio Grande do Sul. Isso traz bons fluídos. Sendo a última partida, é muito bom passar por aqui. O gaúcho tem essa coisa de cantar os hinos com muita dedicação. Eles sabem o quanto é importante o apoio à seleção brasileira. Independente do técnico, sempre tivemos ótimas recepções aqui. Jogar em cidades e estados onde o torcedor entende a importância da seleção, independente de jogadores em campo, é muito bom”, celebrou Dunga.
Não bastasse toda a atmosfera positiva que ajuda a apagar as poucas vaias que ainda apareceram no amistoso do último domingo, em São Paulo, a seleção terá outro agente para trazer a torcida para perto: Neymar. Integrado ao grupo, o capitão e atacante tem seu retorno ao time confirmado para o jogo desta quarta.
“É muito bom ter uma figura deste porte no time. Muda tudo, dentro e fora de campo. Vai nos ajudar demais. É um jogador que cresce em momentos delicados. Ele sabe o que significa jogar bem amanhã [quarta] e na Copa América. Está motivado para isso”, completou o treinador.
Apesar de todo o entusiasmo da comissão técnica com a possibilidade de uma boa despedida antes da competição continental, a presença do público nas arquibancadas do Beira-Rio não era a considerada ideal. Até o fim da última terça-feira, pouco mais de 20 mil ingressos haviam sido vendidos apenas.
A expectativa da organização é que pouco mais de 30 mil pessoas prestigiem o último amistoso da seleção nesta fase de preparação. “O importante é que o apoio será intenso, independente da quantidade de torcida. Conhecemos os gaúchos”, finalizou o confiante Dunga.
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