Primeiras impressões do Corinthians: Tite perde talento e mantém a essência
Foram três partidas nos Estados Unidos e três resultados diferentes: uma vitória por 3 a 2 sobre o Shakhtar-UCR, uma derrota por 1 a 0 para o Atlético-MG e, já com reservas, um insosso empate sem gols diante do Fort Lauderdale Strikers-EUA. É o suficiente para o Corinthians e Tite voltarem ao Brasil com uma ideia mais clara sobre os danos causados pelas vendas de cinco titulares.
Até a estreia no Campeonato Paulista, no próximo domingo diante do XV de Piracicaba, dois reforços serão incorporados ao grupo (Willians e Guilherme), mas o treinador ainda pede muito mais. Um zagueiro, um meia e um centroavante, no mínimo, são demandas geradas no elenco corintiano. Mas o que anima Tite, ao menos, é o que se viu em campo na Flórida Cup.
O comportamento da formação titular, com boas demonstrações do ponto de vista coletivo, deixam o caminho aberto para o Corinthians conseguir chegar à Copa Libertadores em nível próximo dos demais. Há a convicção de que a condição de favorito ficou para trás, mas jogadores contratados encontrarão um time ainda bem organizado. Resta saber o quanto de talento poderão oferecer a ele.
O peso do desmanche
Foram cinco titulares importantes embora e, com eles, o diferencial técnico nos três setores da equipe. À frente, Danilo não tem a velocidade e não dá a profundidade que oferecia Vagner Love. Atrás, Yago deve ganhar um concorrente para jogar ao lado de Felipe, mas Gil era o melhor zagueiro do país há três anos.
No meio, Ralf é a ausência menos sentida, mas Renato Augusto e Jadson eram os jogadores mais talentosos da equipe. Por enquanto, são pelo menos quatro reposições muito difíceis para Tite, o que ficou claro nos jogos disputados nos Estados Unidos.
Houve bons sinais na Flórida Cup
Quando reuniu o que tem de melhor, Tite viu que o Corinthians ainda mantém parte da essência do time campeão brasileiro. Diante do Atlético-MG, ainda com Gil, e do Shakhtar-UCR, já sem ele, a equipe corintiana conseguiu se compactar ofensiva e defensivamente de forma bastante competente. Mesmo inferior tecnicamente, jogou com passes curtos, teve variações e criou contra dois adversários de bom nível. Atrás, é verdade, o time sofreu mais que em 2015.
Na frente, uma equipe totalmente nova
Com Romero e Danilo nos lugares de Jadson e Vagner Love, respectivamente, Tite alterou a forma de atacar do Corinthians. Em tese, o paraguaio é meio-campista pela direita e o veterano é o centroavante. Mas, em vários momentos, o funcionamento é outro: Danilo preenche o meio-campo e ajuda a dar superioridade numérica diante da defesa adversária para criar espaços para infiltrações de Elias, Malcom e, principalmente, do próprio Romero. A depender dos reforços que chegarem, essa dinâmica será mantida para os próximos compromissos. Mas o treinador cogita abandonar o sistema campeão 4-1-4-1 em breve.
O banco de reservas sente o peso do desmanche
O novo time titular, que pode receber os já contratados Willians e Guilherme, por ora tem cinco jogadores que eram reservas na campanha do Brasileirão. Diante do Fort Lauderdale-EUA, em que Tite preservou atletas, ficou evidente o baixo nível técnico da atual formação reserva.
Entre os reforços, Alan Mineiro e Moisés não deixaram primeira impressão positiva e somente Marlone, até aqui, parece apto a contribuir com o Corinthians. A situação do banco piora com a cessão de Marciel para o Cruzeiro.
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