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Procuradorias sul-americanas querem criar grupos para esclarecer 'Fifagate'

Da EFE

Em Guayaquil (Equador)

16/02/2016 08h48

Representantes de seis procuradorias de países da América do Sul, que se reuniram nesta segunda-feira na cidade de Guayaquil, no Equador, querem criar grupos de trabalho de investigação para esclarecer o caso conhecido como "Fifagate", sobre o escândalo de corrupção no futebol.

O procurador-geral do Equador, Galo Chiriboga, fez o anúncio dessa iniciativa durante uma avaliação da reunião sustentada hoje, na qual também participaram promotores de Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Peru.

"Esta reunião foi extremamente produtiva" para todos, sobretudo porque contou com a participação de promotores que conduzem a investigação relacionada com o caso Fifa, afirmou Chiriboga em declarações a uma rádio local.

O procurador-geral equatoriano contou que na reunião também houve troca de informações relevantes e insistiu que, sob a estrutura da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos, se discutiu a possibilidade de "criar grupos de trabalho especializados".

Para Chiriboga, isso permitirá avançar de forma melhor nas investigações e obter informações importantes para cada caso. Como exemplo, o procurador-geral equatoriano citou que na reunião se comentou sobre certas empresas que, com distintas fachadas, operaram nos países da região e que teriam relação com o caso.

Além disso, Chiriboga disse que a Bolívia apresentou informações sobre a sentença emitida contra um integrante do alto escalão da federação de futebol do país, condenado a três anos de prisão, em um processo no qual há outros cinco indiciados com acusações de formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Na reunião em Guayaquil também foram alcançados resultados concretos sobre processos de assistência penal internacional em torno deste caso.

Ao falar sobre o processo que se segue no Equador, Chiriboga lembrou que amanhã, terça-feira, através de uma videoconferência e em uma diligência com caráter reservado, será tomado o depoimento antecipado de Ignacio Figueredo, ex-presidente da Conmebol, que se encontra em prisão preventiva no Uruguai.

O procurador-geral lembrou que no Equador estão sendo investigados dois temas vinculados com o caso 'Fifagate', um relacionado com suspeitas de lavagem de ativos e outro por irregularidades nos contratos de direitos televisivos.

Chiriboga aproveitou a reunião em Guayaquil para insistir em sua proposta de criar um Tribunal Penal da União de Nações Sul-americanas (Unasul), onde poderiam ser julgados casos como este, que ultrapassam fronteiras.

Estão detidos em prisão domiciliar no Equador por relações com o caso 'Fifagte', Luis Chiriboga, presidente da Federação Equatoriana de Futebol (FEF), que foi suspenso pela diretoria dessa entidade enquanto durar o processo.

Também são investigados no caso o secretário da FEF, Francisco Acosta, que também está em prisão domiciliar, e o chefe de logística da Federação, Vinicio Luna, que está detido em uma prisão da capital equatoriana.

Além do procurador-geral do Equador, participaram da reunião de hoje os promotores Tania Liñán (Peru), Hernán Galeano (Paraguai), Carlos Gonella (Argentina), Ivan Montellano (Bolívia), e o brasileiro Carlos Ferreira.