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11 mil km com lucro de R$ 2 mi e divergência. Vale a pena Fla vender jogos?

O Mané Garrincha é uma das opções do Flamengo para mandar jogos na temporada - Gilvan de Souza/ Flamengo
O Mané Garrincha é uma das opções do Flamengo para mandar jogos na temporada Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

26/02/2016 06h00

O Flamengo completa neste fim de semana mais de 11 mil km percorridos em pouco mais de um mês para jogar na temporada. Embora tenha sido mandante em apenas três partidas - incluindo o duelo contra o Resende, domingo (28) -, o Rubro-negro tem nas ausências de Maracanã e Engenhão o principal problema em 2016.

O time já passou por Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Vitória e Brasília. No Rio de Janeiro, os rubro-negros encaram com frequência as estradas até Macaé e Volta Redonda. A questão já causou divergências entre departamento de futebol e diretoria. No entanto, o lucro de mais de R$ 2 milhões com as vendas de jogos tem considerável peso na avaliação final.

O Flamengo reforçou os cofres nos amistosos da pré-temporada contra Ceará e Santa Cruz, disputados em Fortaleza e Recife, respectivamente. Vendeu o confronto contra o América-MG, pela Primeira Liga, para o Espírito Santo, e ainda colocou R$ 750 mil em caixa pelo Fla-Flu disputado em Brasília. Inclusive, a Capital Federal receberá outras partidas do Rubro-negro.

As receitas também são fundamentais por conta da dificuldade em negociar patrocínios. Não resta dúvida para a diretoria de que a prática compensa no aspecto financeiro. O problema está na questão técnica e na manutenção de um bom ambiente de trabalho. Vale a pena vender jogos? Com a palavra o presidente Eduardo Bandeira de Mello.

“A questão é simples. Não podemos desconsiderar o aspecto financeiro, embora exista a necessidade de conciliá-lo com o fator técnico. O fundamental é que não temos no momento opções disponíveis no Rio de Janeiro para jogos com grande expectativa de público”, afirmou.

A situação segue em debate entre dirigentes e comissão técnica. Muricy Ramalho deseja uma casa fixa. O treinador já manifestou aos cartolas a preocupação com o desgaste causado pelas viagens quando o Flamengo é mandante. O elenco perde tempo de recuperação e treinos, algo que mais cedo ou mais tarde pode ter peso considerável no trabalho.

Além disso, o comandante deixou claro em entrevistas recentes que não criar identidade em um estádio é algo extremamente negativo no Campeonato Brasileiro e capaz de colocar o Flamengo em desvantagem. A preocupação é evidente e uma grande operação logística será montada para definir os estádios em que o Rubro-negro se apresentará na competição.

“Queremos fazer um planejamento operacional completo, mas dependemos da definição da tabela. Vamos encontrar uma solução”, encerrou Bandeira.