Após engenharia civil e 38 times na carreira, Finazzi se mete no pôquer
Ele jogou em 38 times diferentes, mudou de clube nada menos que 52 vezes, fez três gols em seu primeiro teste no São Paulo e ficou conhecido por ser artilheiro. Os números sempre fizeram parte da vida de Finazzi. CDF assumido em matemática, o ex-jogador cursou até o quarto ano de engenharia civil e até hoje usa esta habilidade em sua nova profissão ligada ao pôquer.
Aposentado dos gramados, Finazzi se tornou gerente de uma das mais famosas casas de pôquer de São Paulo. Há sete meses, ele está lá diariamente e pensa até em se tornar sócio em breve.
“Eu sou vidrado, eu sou muito bom em matemática, eu consigo dar aula de matemática particular, por exemplo, até para o 3º ano colegial. Eu tenho muita facilidade com números e até estou trabalhando numa área hoje em dia que tem a ver com números também. Assim como Neymar, Ronaldo Fenômeno e alguns outros atletas, eu migrei para o pôquer. Eu estou trabalhando com organização de pôquer na maior casa de pôquer de São Paulo e do Brasil, a H2 Club, eu estou lá todos os dias”, disse.
“Eu ajudo na organização, no gerenciamento para que o clube tenha um bom andamento, para que não aconteça de alguém tentar levar vantagem. A gente organiza para que o jogo corra da melhor maneira possível dentro da regra”.
Finazzi se considerava o melhor aluno da turma de engenharia e sempre usou os conhecimentos da área de exatas em sua vida. Nos campos, o tempo em sala de aula ajudou a ativar seu raciocínio para tomar decisões.
“Eu considero que a minha carreira foi de sucesso, pelo menos na minha opinião. Eu nunca fui um cara veloz, mas eu acredito que com o raciocínio dentro de campo, com a inteligência dentro de campo e com o posicionamento, eu me dei muito bem e levei vantagem em cima de muitos jogadores”, disse.
O ex-atacante bem que tentou levar a engenharia adiante, mas teve dificuldade para conciliar as duas profissões. O resultado foi um início tardio no futebol e um curso incompleto, já que faltaram dois períodos para se formar.
Ainda jovem, aos 17 anos, ele começou a jogar no Guarani ao lado de Amoroso e Luizão, mas não teve muitas oportunidades e sofreu pressão da família para se dedicar aos estudos. Como os gols estavam escassos, ele preferiu focar no curso de engenharia na PUC Campinas. Finazzi abandonou o futebol na época e só batia uma bolinha no amador São João da Boa Vista, mas o pai de um amigo mudou sua história. Foi Mauro Ramos de Oliveira, zagueiro e capitão da seleção brasileira da Copa de 62, quem deu um empurrão e marcou um teste para Finazzi no São Paulo com Carlos Alberto Parreira.
Já aos 23 anos, algo impensável hoje em dia, ele arrasou no teste e marcou três gols. Ali começou sua saga por 38 times. Entre os vários clubes que passou como Botafogo-SP, Goiânia, Sochaux-FRA, Omiya Ardija-JAP, Fortaleza, Ponte Preta e tantos outros, o que ele mais se orgulha foi a temporada 2007/2008 pelo Corinthians. Mesmo com a crise do time que acabou rebaixado, se tornou artilheiro.
Finazzi pendurou as chuteiras em 2014 no Itapirense-SP e já não pode mais concluir a faculdade por jubilamento, mas não se arrepende de sua trajetória.
“Eu não mudaria nada, eu tive dificuldade na minha carreira pelo fato de eu estar sempre chegando aos lugares já com uma idade avançada. Eu passei no teste no São Paulo com 23 anos e a minha carreira explodiu com 26 no Goiânia, eu fui artilheiro de muitos clubes até conseguir chegar no Corinthians e só consegui chegar com 34 anos. Se eu tivesse chegado nestes clubes antes, financeiramente teria sido melhor e eu teria mais sucesso ainda na carreira. Só que tudo é válido porque quando eu conquistei as coisas dentro do futebol eu dei muito valor pela dificuldade que foi estar sempre provando que eu tinha condições", afirmou.
"Eu fui artilheiro do Corinthians, foi o momento mais difícil da história do Corinthians. Todo este caminho que eu trilhei até o Corinthians serviu de experiência para que eu tivesse sucesso, então por isso eu não mudo nada. E se eu fizesse a opção de tentar concluir a faculdade, eu não teria sido jogador de futebol que para mim é o maior presente de Deus”.
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