Deputado que levou pixuleco à Câmara é diretor de ética da CBF
Um importante personagem dos bastidores do futebol da CBF ganhou destaque na comissão de impeachment nesta segunda-feira (04) por exibir durante a audiência na Câmara dos Deputados o boneco que ficou conhecido como Pixuleco. O deputado filmado e fotografado ao lado da imagem do ex-presidente Lula é Marcelo Aro, do PHS-MG, que chefia a Diretoria de Ética e Transparência da CBF.
Ele foi muito fotografado nesta segunda pelas diversas agências jornalísticas que acompanhavam a audiência da Comissão Especial de Impeachment. Também postou sorridentes fotos ao lado do boneco. “Gostaram do pixuleco na Comissão Especial de Impeachment? Ele não poderia faltar”, escreveu em seu Facebook.
Marcelo Aro é velho conhecido do futebol mineiro, tem família influente na Federação estadual, que já esteve envolvida em escândalo de corrupção no esporte por lá. Tem o respaldo do presidente afastado da CBF, Marco Polo Del Nero, que o nomeou, em 2015, como o chefe da Diretoria de Ética e Transparência da Entidade.
A família de Aro esteve no comando do futebol de Minas Gerais por mais de trinta anos. Primeiro com seu avô, o coronel José Guilherme Ferreira, que presidiu a Federação na época da Ditadura Militar (a partir de 1966), depois com seu pai, José Guilherme Ferreira Filho e o tio, Elmer Guilherme Ferreira.
Os familiares de Aro foram afastados da FMF após serem acusados de formação de quadrilha, falsificação de documentos e apropriação indébita durante apuração de denúncias na CPI do futebol do Senado de 2001. Na época, pressionado, o tio Elmer Guilherme Ferreira, já falecido, confessou a prática de nepotismo e que sonegava impostos. Em 2004 ele teve o mandato cassado.
Apesar do escândalo, a família seguiu dividida entre futebol e política. Marcelo Aro, além de ser ligado à CBF, é deputado federal pelo PHS de Minas Gerais. Em seu leque de apoios na Câmera está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Na Confederação Brasileira de Futebol, tem o respaldo de Marco Polo Del Nero, mas não é bem visto pelo movimento Bom Senso, por exemplo, que já se mostrou contrário à nomeação do deputado à chefia da Diretoria de Ética e Transparência da Entidade e entrou em confronto com o político também durante a votação da MP do Futebol em setembro de 2015. “O convite e a nomeação de um deputado como diretor da entidade, em meio à tramitação da MP 671, desmoraliza o futebol brasileiro e o Congresso Nacional”, disse o Bom Senso F.C em comunicado na época.
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