Mancha Verde rompeu com imagem de violência da torcida para virar campeã
Com o enredo "Oxalá, Salve a Princesa! A Saga De Uma Guerreira Negra", a Mancha Verde conquistou em 2019 seu primeiro título no Carnaval de São Paulo. Formada em 1995 como bloco carnavalesco ligado à principal torcida organizada do Palmeiras e depois legalmente dissociada da agremiação, a escola de samba foi para a avenida pela primeira vez há 19 anos e no ano passado já havia alcançado o terceiro lugar nos desfiles do Grupo Especial da Liga paulistana. Enfim campeã, a Mancha tem um histórico recente de tentativa de rompimento da imagem de violência normalmente relacionada às escolas oriundas de torcidas de futebol.
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Nos últimos meses, por exemplo, a "profissionalização" da agremiação contou com diversos elementos. Um representante da Mancha participou de workshop na sede paulista do Facebook para estudar novas ferramentas das redes sociais, além do recebimento das visitas de pessoas ligadas à política, como o vereador Isac Félix (PR) e o deputado estadual Thiago Auricchio (PR), e a "permissão de uso (...) a título precário e gratuito" de imóvel em que funciona a quadra, em uma espécie de legalização do local que teve agradecimentos ao governador João Doria (PSDB) e ao prefeito Bruno Covas (PSDB).
A dita profissionalização da Mancha também contou com forte aporte financeiro da empresa Crefisa, mesma patrocinadora do Palmeiras. A agremiação foi a que mais arrecadou com a Lei Rouanet no Carnaval brasileiro, com R$ 3,4 milhões que entraram no caixa da escola por meio de renúncia fiscal. A agremiação ainda gastou outros R$ 3 milhões arrecadados por meio de venda de ingressos dos desfiles, arrecadação na quadra, direitos de transmissão de TV e verba da Prefeitura. É um esquema criterioso e profissional que ajudou a render o primeiro título da escola depois de anos de dúvidas, descensos e até uma breve paralisação.
Em 11 de janeiro, o presidente da Mancha Verde, Paulo Serdan, postou uma mensagem em suas redes sociais dizendo que a escola passava a ter "admiradores novamente, não medo".
A torcida organizada fundada em 1983, e que deu origem à escola, enfrentou anos de proibição de entrada nos estádios em razão de uma briga no Pacaembu que causou a morte de um torcedor do São Paulo e mais de cem feridos. Em 1997, a torcida foi recriada com o nome de "Mancha Alviverde" e 20 anos depois declarou encerradas suas atividades por conta do assassinato de um de seus fundadores, Moacir Bianchi, que também era diretor da escola de samba. Os trabalhos foram retomados aos poucos, na torcida e na escola, que chegou a homenagear o ex-dirigente com o samba "A Amizade: A Mancha agradece do Fundo do nosso Quintal", de 2018, uma homenagem ao grupo de samba e ao momento de restruturação da entidade.
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