O São Paulo apresentou em seu balanço financeiro de 2019 um déficit de R$ 156 milhões e viu clubes como o Athletico-PR se aproximarem financeiramente, com um valor próximo de arrecadação no período, mesmo tendo o clube paulista a terceira maior torcida do futebol brasileiro e estando localizado na cidade mais rica do país.
No podcast Posse de Bola #31, o jornalista Mauro Cezar Pereira critica a gestão do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, pelos gastos que o São Paulo teve no período sem conquistar títulos, com contratações caras, enquanto o Athletico-PR investiu menos, ganhou títulos importantes, como a Copa Sul-Americana 2018 e a Copa do Brasil 2019, e ainda lucrou nas vendas de jogadores como Pablo, contratado pelo clube paulista por 6 milhões de euros (R$ 26,5 milhões na cotação de dezembro de 2018).
"Você vê nesse balanço que existe um pouco aí do equívoco de avaliação do São Paulo ao comprar por um valor altíssimo um jogador que é um bom jogador, nada além disso, e que não vale isso", afirma Mauro (disponível no vídeo acima a partir de 27:51).
"O São Paulo não tem uma coisa e nem outra. Não ganha, gasta mal, gasta muito e chega a ser assustador, você vê o São Paulo com o potencial que tem arrecadando praticamente a mesma coisa que o Athletico-PR. Assustador no sentido do declínio de um e no crescimento de outro, é um elogio ao Athletico-PR e uma crítica ao São Paulo", completa o jornalista.
Mauro critica Leco por fazer contratações caras, mesmo sem ter a garantia de conseguir bancar sem onerar o clube, citando Daniel Alves, que chegou ao clube no ano passado com a promessa de que o São Paulo teria parceiros para bancar os custos do jogador, o que não se concretizou.
"Percebe-se também o seguinte, com a aproximação do final da gestão atual, um certo desespero, então sai contratando. O Daniel Alves é ótimo reforço? Ótimo reforço. É um jogador caríssimo, é o mais caro do Brasil hoje. O Daniel Alves foi contratado com o argumento de que haveria parcerias. Não apareceram esses parceiros. Agora, com retração econômica derivada da pandemia de coronavírus, é óbvio que a dificuldade vai ser maior ainda de conseguir um parceiro nesse sentido. Então, a tendência é o São Paulo ter que ficar bancando o jogador sozinho", diz Mauro.
"Não consegue pagar ou paga ficando com esse buraco aí de R$ 156 milhões, que é algo impressionante no final de gestão tétrica do Leco se considerarmos a falta de títulos e o buraco financeiro no qual ele está enfiando um clube que há uma década era considerado modelo, inclusive, com relação ao equilíbrio financeiro", finaliza o jornalista.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
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