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OPINIÃO

Mauro: "Para Luxemburgo está fácil falar, ele está afinado com o patrão"

Do UOL, em São Paulo

13/05/2020 04h00

O técnico Vanderlei Luxemburgo foi um dos poucos a falar publicamente sobre a possibilidade da volta do futebol no Brasil em meio à pandemia do novo coronavírus e se posicionou contrário a um retorno apressado, declarando que o futebol deve ser colocado em segundo plano no momento.

No podcast Posse de Bola #32, o jornalista Mauro Cezar Pereira afirma que a postura do Palmeiras facilita que Luxemburgo se declare contra o retorno do futebol neste momento, uma vez que o clube também tem seguido a mesma posição de seu treinador.

"No caso do Luxemburgo também está fácil falar porque ele está afinado com o patrão dele. O Palmeiras não está forçando a barra para voltar, eu queria ver ele treinar o Flamengo e falar isso, aí ia ser interessante. O presidente falando 'vamos voltar dia 21' e o técnico 'nada disso, não concordo'", afirma Mauro Cezar (disponível no vídeo acima a partir de 25:45).

"Aí está fácil, você está remando para o mesmo lado que o chefe, aí é tranquilo. Você fala, ele concorda, estamos juntos. E é, evidentemente, a medida mais adequada, não estamos discordando do conteúdo da mensagem. Mas em que situação ela é dada", completa o jornalista.

Mauro questiona a falta de um posicionamento dos atletas e cita o extinto Bom Senso Futebol Clube, grupo formado por jogadores em 2013 para reivindicar melhores condições à categoria em relação a temas como calendário e fair play financeiro — o grupo que foi extinto em 2016.

"Foi disparado nas redes sociais um vídeo há alguns dias, em que vários jogadores participaram, mas ficou naquilo também, não vi mais nada depois daquilo. Até achei que aquilo seria um pontapé inicial para algo maior, até agora não aconteceu nada. Sempre lembrando que o Bom Senso Futebol Clube deixou de existir, uma das razões, é lógico que os cartolas seriam contrários, mas uma das razões foi a falta de participação dos grandes jogadores", afirma Mauro.

"Os grandes jogadores, que atuam lá fora especialmente, porque esses não dependem de emprego aqui no Brasil, têm carreira internacional sólida, e ótima condição econômica, eles não participavam, ficavam ali olimpicamente olhando. Se esses caras tivessem apoiado, se os craques aqui dos clubes do Brasil de destaque também tivessem sido solidários, talvez o movimento existisse até hoje e poderia ser o canal para uma manifestação coletiva neste momento", conclui o jornalista.

Posse de Bola: Quando e onde ouvir?

A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter). A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts.

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