No podcast Posse de Bola #35, os jornalistas Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi, Juca Kfouri e Mauro Cezar Pereira falam sobre a manifestação das torcidas organizadas de futebol pelo país a favor da democracia, o histórico da criação dessas organizações, e as ações que os grupos têm feito durante a pandemia coronavírus além de questões políticas.
Ontem, grupos de torcedores do Corinthians, do Flamengo e de rivais dos dois clubes estiveram unidos em São Paulo e Rio de Janeiro, além de outros estados, em protestos contrários ao autoritarismo, que acabaram em confusão após encontro com apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alvo também de críticas nos cantos desses torcedores.
Para o jornalista Mauro Cezar Pereira, a ação dos torcedores resgata o motivo pelo qual as torcidas organizadas foram criadas em seu princípio, no final dos anos 1960, quando tinham como princípio a tentativa de democratização de gestões dos clubes.
"Eu até escrevi lá no meu blog sobre a origem das torcidas, a Gaviões da Fiel surgiu em 1969 justamente para participar politicamente da história do clube, a Torcida Jovem do Flamengo nasceu em 1967 também com esse objetivo, na época se chamava Poder Jovem, inspirado inclusive no movimento dos negros americanos contra o racismo. São organizações dos anos 60, que ao contrário das torcidas mais ingênuas lá da primeira metade do século passado, que eram até de certa forma coniventes com os cartolas da época", afirma Mauro Cezar.
"Quando eles vão para a rua para se manifestar num momento como esse que o país está vivendo, eles não estão fazendo nada diferente daquilo que é a razão da própria existência desses grupos e que se perdeu, é verdade, com ações de violência, com confrontos, até crimes que foram cometidos, diversos, envolvendo torcidas organizadas, isso aí ninguém aqui é ingênuo para dizer o contrário, mas antes disso tem uma outra questão, que é essa origem das torcidas e a maneira que se comportaram", completa Mauro Cezar.
O jornalista também fala sobre as críticas que foram feitas devido ao fato de os torcedores que protestaram terem desrespeitado o isolamento durante a pandemia.
"Elas tomaram uma atitude, não elas, eles, as pessoas, os integrantes de organizadas ou não, teve gente que nem era de organizada e estava no movimento ontem, foram para as ruas porque tem uma mulher e outros imbecis aí que ficam levantando 'tochinha', acendendo 'tochinha' em Brasília, e fazendo manifestações neonazistas, escancaradas, coisas de Ku Klux Klan, só falta botar o capuz na cabeça, entre outras bizarrices que têm acontecido. Então tem dois caminhos, ou alguém reage se manifestando, ou você fica em casa. As pessoas saíram. 'Ah mas que absurdo'. Agora tem um monopólio de ir para a rua na pandemia. É óbvio que ninguém deveria ir para a rua, mas se essas malas não fossem para a rua, nada disso teria acontecido", diz Mauro.
Este episódio do Posse de Bola também tem a questão do Vasco, que teve 16 jogadores testando positivo para a covid-19 dias depois de o presidente do clube ter ido a Brasília pedir a volta do futebol, a união dos grandes clubes de São Paulo inspirada na Alemanha pela volta do futebol, jogadores do Flamengo que furaram a quarenta para lazer, reflexões sobre a reprise do 7 a 1 no Sportv, além da contratação de Fred pelo Fluminense.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter). A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts.
Você pode ouvir o Posse de Bola em seu tocador favorito, quando quiser e na hora que quiser. O Posse de Bola está disponível no Spotify e na Apple Podcasts, no Google Podcasts e no Castbox . Basta buscar o nome do programa e dar play no episódio desejado. No caso do Posse de Bola, é possível ainda ouvir via página oficial do UOL e YouTube do UOL. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.
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