No mesmo dia em que Lewis Hamilton se posicionou contra o racismo no pódio ao vencer o GP de Toscana da Fórmula 1, Neymar saiu de campo acusando o zagueiro Álvaro González de ter proferido xingamentos racistas contra ele durante o clássico entre Paris Saint-Germain e Olympique de Marselha pelo Campeonato Francês, no qual o brasileiro acabou expulso.
No podcast Posse de Bola #56, Mauro Cezar Pereira fala sobre o perfil de Neymar em relação a questões como o racismo, cita casos de Lewis Hamilton e LeBron James e espera que o episódio do jogador brasileiro sirva para que ele mude de postura em relação ao engajamento de causas que são importantes, o que demonstraria, em sua opinião, um amadurecimento.
"O Neymar raramente se manifesta sobre alguma coisa que não sejam os parças, a vida dele, as coisas que são relevantes para ele. Eu costumo dizer que que o Neymar é um cara que desperta admiração pelo seu futebol, ver o Neymar jogando bola, quando ele está jogando bem, claro, é óbvio que a gente admira. Ele é um excepcional jogador, muito talentoso, mas fora isso eu nunca vi o Neymar falar nada de relevante, nada de interessante, nenhum posicionamento", diz Mauro Cezar.
"Não é exclusividade dele, é uma característica de grande parte dos atletas brasileiros, existe sempre uma argumentação que grande parte dos brasileiros não são assim por uma questão de educação no Brasil, tudo bem, até concordo. Só que da mesma maneira que eles aprendem tantas coisas, têm um monte 'aspones' e assessores, poderiam também se interessar, se estivessem realmente preocupados com isso, em temas minimamente relevantes porque são pessoas que são acompanhadas por muita gente", completa.
Mauro afirma que mesmo na luta contra o racismo, Neymar poderia ser uma voz importante dada a quantidade de fãs que tem em todo o mundo e que uma postura mais atuante, como outros nomes do esporte, poderia ser muito útil.
"Hoje, com rede social então, o Neymar tem um poder absurdo. Então, se ele manda uma mensagem positiva, se ele compra uma briga, se ele abraça uma causa nobre, seja ela qual for, por exemplo, a questão do racismo. Se ele fosse um cara atuante, se ele fosse o LeBron James do futebol, seria muito legal. O Lewis Hamilton. Agora, o calo dele foi pisado e ele está no direito dele, claro, de se manifestar, de reagir e tudo mais", diz Mauro Cezar.
"Eu gostaria muito que isso servisse para que ele amadurecesse nesse sentido e tomasse algumas posições, porque é muito importante quando esse tipo de pessoa se posiciona, porque é óbvio, uma coisa é eu, você falando, outra coisa é o Neymar falando, é o Hamilton falando, é o LeBron falando, são personalidades mundiais, conhecidas, seguidas e admiradas por milhões e milhões e milhões de pessoas, mas ele sempre foi um cara muito ali na dele, não fala nada muito relevante, mas honestamente eu acho que vai ficar mais na briga dele com aquele que o ofendeu, que o agrediu com essas palavras aí e vai levar adiante. Também acho que o fato de ele ter o apoio ali dos demais me parece que dá a ele uma certa, ele parece ter razão", conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas e sextas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter). A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts.
Você pode ouvir o Posse de Bola em seu tocador favorito, quando quiser e na hora que quiser. O Posse de Bola está disponível no Spotify e na Apple Podcasts, no Google Podcasts e no Castbox . Basta buscar o nome do programa e dar play no episódio desejado. No caso do Posse de Bola, é possível ainda ouvir via página oficial do UOL e YouTube do UOL. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.
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