Após uma maratona de jogos, o Flamengo teve quebrada a sua sequência de quatro vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro ao empatar com o Red Bull Bragantino em 1 a 1 no Maracanã, em jogo no qual o técnico Domènec Torrent poupou jogadores e recebeu algumas críticas por parte da torcida devido à atuação abaixo do esperado, muitas delas comparando seu trabalho com o de Jorge Jesus.
No podcast Posse de Bola #65, Mauro Cezar Pereira afirma que existe uma má vontade com o treinador nas críticas quando não se considera as condições diferentes de trabalho que cada treinador tem em relação ao calendário.
"A má vontade com ele, ela é evidente, é inversamente proporcional à boa vontade que havia com alguns técnicos aí até outro dia e que há com o Felipão, que foi contratado agora no Cruzeiro e parece que vai chegar depois de um trabalho maravilhoso", diz Mauro Cezar.
"Essa história de 'o Jesus falava isso, o Jesus falava aquilo', o Jesus não teve covid, os jogadores não tiveram covid, o João de Deus, que é o auxiliar dele, não teve covid, não existia covid ano passado não teve jogo terça e quinta, então esse papinho de 'ah ele falava que descansava quinta e sexta e jogava domingo', não tem nem como descansar quinta e sexta, porque jogou terça, jogou quinta, jogou no sábado e joga também no domingo. É zombar da inteligência alheia defender esse tipo de ideia. Críticas todo mundo pode fazer, mas as críticas têm que ser minimamente honestas", completa.
Mauro reforça a dificuldade da sequência de vitórias que o Flamengo conseguiu em calendário apertado até o empate com o Goiás e também cita que o próprio técnico português teve momentos nos quais foi criticado antes de embalar com o time que foi campeão brasileiro e da Libertadores.
"É muito difícil o Flamengo vencer quatro jogos jogando dia sim e dia não como aconteceu, agora, a má vontade que havia com o Jesus até ele enfiar a má vontade goela abaixo do pessoal da xenofobia ou da reserva de mercado, os amigos dos técnicos brasileiros, entre outros, é a mesma coisa, o Jesus também tinha essa dificuldade. Agora, já que gostam tanto de comparar com o português, é bom lembrar que nessa altura ontem falou-se muito sobre isso, o Jesus assumiu a liderança nessa mesma rodada vencendo o Ceará e superando o time que era treinado pelo Sampaoli, que era o Santos, chegando aos mesmos 33 pontos", diz Mauro Cezar.
"Nessa altura do trabalho do português, ele já tinha uma eliminação da Copa do Brasil, uma quase eliminação da Libertadores para o Emelec, e uma porrada de 3 a 0 que tomou do Bahia lá em Salvador, quando ele botou o Filipe Luís para estrear e ficou perdido o Filipe Luís, o Artur deitou e rolou. Também houve problemas nos tempos do português, e aí parece agora que no imaginário do torcedor e de parte da imprensa, dos ex-jogadores que são comentaristas", completa.
O jornalista conclui lembrando que mesmo Jesus em seu trabalho atual no Benfica teve dificuldades na fase prévia da Liga dos Campeões e foi eliminado pelo PAOK, mesmo contando com um time reforçado em Portugal.
"Vem todo esse discurso de que 'com o Jesus', o Jesus foi eliminado da Liga dos Campeões agora, contratou um monte de jogador o Benfica e foi eliminado pelo PAOK, o Jesus também perde, faltassem alguns segundos ali, minutos ali, ele seria vice-campeão da Libertadores, o trabalho dele foi excepcional, mas não existe o técnico imbatível, o Guardiola toma porrada, o Klopp tomou de 7, o Guardiola tomou goleada de 5", declara Mauro Cezar.
"É impressionante a má vontade e acho que o pior é a distorção da realidade, aí incomoda bastante, alguém pegar os fatos, colocar no liquidificador e espremer para provar uma tese que é um deboche com a inteligência alheia, e a má vontade é muito grande", finaliza.
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