Líderes do Campeonato Brasileiro com 34 pontos, Internacional e Flamengo se enfrentam no domingo na disputa pela primeira colocação isolada, com o time gaúcho comandado por Eduardo Coudet vindo de uma classificação na Libertadores sem conseguir boas atuações em suas últimas partidas pela competição continental, enquanto o clube carioca evolui no trabalho de Domènec Torrent e se saiu bem em uma sequência de quatro jogos em poucos dias, além de se classificar sem dificuldades no torneio sul-americano.
No podcast Posse de Bola #67, Arnaldo Ribeiro afirma que o Flamengo tem uma sequência interessante para tentar se desgarrar dos demais caso consiga vencer os jogos seguidos contra os três times com os quais íntegra atualmente o G4 do Brasileirão.
"Acho que a sequência agora do Flamengo nos próximos três jogos, ela pode estabelecer uma vantagem, desde que o Flamengo vença esses três jogos, todos difíceis, uma vantagem quase decisiva nessa briga, porque é o Inter em Porto Alegre, depois é o São Paulo no Maracanã e depois o Atlético-MG no Mineirão. Ele pega os outros primeiros colocados na sequência, o Flamengo, sendo que o Atlético-MG já pelo returno", afirma Arnaldo.
"Vencendo esses confrontos diretos, o que é possível, que o Flamengo está jogando bem de novo, talvez essa fase embolada do Brasileiro que a gente está vendo, sobretudo entre Atlético-MG do Sampaoli, o Flamengo do Domènec e o Inter do Coudet, possa sofrer um desequilíbrio e o Flamengo abrir uma vantagem importante até o final do campeonato", completa.
Pelo lado do Colorado, que joga em casa contra o Flamengo, Arnaldo destaca que a estratégia usada por Eduardo Coudet na Copa Libertadores é semelhante ao que fazem os clubes argentinos, que muitas vezes se classificam com uma pontuação mais baixa na fase de grupos e depois encaram de forma diferente a competição.
"Eu vejo o Inter nessa temporada com uma estratégia argentina para administrar competições e não com uma estratégia brasileira. Isso pode ser assim mais visível até se a gente comparar o Inter com o Grêmio, que sempre teve a estratégia brasileira/Renato Portaluppi, que é o torneio principal de pontos corridos vai deixando de lado até não ter mais condição de brigar lá em cima. Tem acho que dois fatores, o fato de o Inter não ganhar um torneio nacional desde 1979, e até institucionalmente ser mais importante para o Inter a briga pelo Brasileiro do que propriamente por um torneio sul-americano", diz Arnaldo.
"A presença de um técnico argentino que está acostumado a viver a Libertadores desde que jogava de uma seguinte forma: a fase de grupos é uma etapa e o mata-mata é outro campeonato. Os argentinos lidam muito bem com isso, o Boca e o River, o que importa é passar. E quando o Inter em um grupo com o Grêmio viu que dava para passar mesmo que raspando, ele foi, na medida do possível, não largando o Brasileiro de uma forma que pudesse lidar com as duas coisas", completa.
Para o confronto com o Flamengo, Arnaldo vê o Inter encarando o jogo como uma final, considerando o jogo em casa e os jogadores poupados na derrota para a Universidad Católica.
"Chega no confronto direto, eu acho que o Inter joga uma final no Brasileiro contra o Flamengo em casa, mesmo sem torcida, eu acho que é a oportunidade e o Inter chega preservando alguns de seus principais jogadores, não levou para jogar contra a Católica o Coudet os seus jogadores mais essenciais, e vai jogar todas as fichas. Eu vejo o seguinte, uma diferença grande entre os dois em termos de elenco, em termos de potencial", diz Arnaldo.
"O Inter vai procurar conciliar enquanto possível Libertadores e Brasileiro, e a Copa do Brasil, paciência, se der, deu, se não der, não deu. É muito raro um time brasileiro ter essa estratégia que o Inter vem adotando nessa temporada e deve-se muito ao fato do Coudet, da presença do técnico argentino e tudo mais", conclui.
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