O Flamengo tinha o objetivo de repetir os feitos do ano passado, quando foi campeão brasileiro e da Libertadores, mas acabou eliminado da competição continental já nas oitavas de final na última terça-feira (1), diante do Racing, duas semanas após também ter saído da Copa do Brasil, e agora só resta o Brasileirão até o final da temporada, voltando a campo amanhã contra o Botafogo, no Engenhão.
No podcast Posse de Bola #79, Mauro Cezar Pereira afirma que não se pode tratar como se a temporada tivesse acabado para o Flamengo pela eliminação da Libertadores e espera que os jogadores e o técnico Rogério Ceni sejam cobrados para que o time brigue pelo título nacional, mas sem o discurso de que a taça é obrigação.
"Tem muito estardalhaço e tem uma situação que eu acho esquisita. Uma eliminação de Libertadores é péssima em todos os sentidos, eu não acho que seja uma vergonha, porque o o Racing não é um time pequeno, é um clube grande com elenco inferior, claro, então por isso é um agravante, e com seis desfalques. Então não é minimizar a eliminação, ninguém está minimizando, pelo contrário", diz Mauro Cezar.
"Mas quando você está disputando o Campeonato Brasileiro, não é que acabou o ano, e às vezes eu vejo um tratamento e parece que não tem nada para disputar, tem sim. E esses caras, o Rogério e os jogadores têm que ser agora cobrados no sentido de que, 'senhores, vocês são muito bem pagos, estão em um time grande, têm condições de trabalho, e vocês têm que correr atrás agora de algo importante', não que seja aquela coisa de Brasileiro é obrigação, não se trata disso, mas lutar pelo título e ficar ali no bolo brigando pelo título, isso sim é uma obrigação", completa.
O jornalista cita uma apuração a respeito da reação do elenco do Flamengo após a eliminação para o Racing e nega que exista um ambiente conturbado entre jogadores e técnico, apontando que houve até uma aproximação entre eles e que os atletas confiam que o time vai conseguir se recolocar em boas condições com Ceni.
"Os jogadores ficaram bem próximos do técnico, não existe um problema entre eles, pelo contrário, o elenco queria inclusive um técnico com o perfil do Rogério porque acha que ele tem mais possibilidades pela maneira de pensar e de trabalhar, não é que ele seja o Jesus, claro que ele não é o Jesus, não tem comparação entre eles, mas ele tem mais possibilidades na visão dos atletas de colocar o time no trilho como time competitivo do que era com o Domènec", explica Mauro Cezar.
"Eles reclamam que os treinamentos não eram tão intensos, as cobranças no sentido de atuar daquela maneira que o Flamengo se consagrou, não existiam, era uma outra forma de ver o futebol, e esses relatos, se verdadeiros, eu até acredito neles pela maneira como o time se comportava em campo, me fazem pensar que o Domènec não tem tanta semelhança assim com o Guardiola, porque os times do Guardiola são cobrados ao extremo e jogam dessa forma. O Guardiola faz questão de ficar com a bola e o time dele quando perde a bola os caras trabalham para recuperá-la", conclui.
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