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ANÁLISE

Mauro: Flamengo fez jogo muito bom e o Palmeiras esbarra em seus problemas

Do UOL, em São Paulo

22/01/2021 16h05

O Flamengo venceu ontem (21) Palmeiras por 2 a 0, em Brasília, e depende apenas de seus próprios resultados para ser novamente campeão brasileiro, mas antes da partida a escalação com Willian Arão como zagueiro surpreendeu parte dos torcedores rubro-negros, já críticos ao técnico Rogério Ceni. Se parecia temerária, a estratégia deu certo e o time foi poucas vezes ameaçado pelo clube alviverde.

No podcast Posse de Bola #93, Mauro Cezar Pereira elogia a mudança promovida por Ceni para a partida, considera a vitória diante do Palmeiras como a melhor partida do Flamengo sob comando do atual treinador e ressalta a forma como o time evitou dar ao Palmeiras o espaço para o time de Abel Ferreira fazer o que fez em jogos anteriores.

"A estratégia dele funcionou muito bem, acho até que essa questão do segundo tempo foi reflexo justamente do fato de o Flamengo no segundo tempo ter negado ao Palmeiras aquilo que ele gosta, que é ter espaço para trabalhar, aquela bola esticada. O Palmeiras teve duas chances, uma no começo do primeiro tempo e a outra no começo do segundo e nada mais", diz Mauro.

Além da escalação de Arão na linha defensiva, Mauro chama a atenção para o deslocamento de Filipe Luís durante boa parte do jogo também como um zagueiro e sendo protegido ao mesmo tempo em que o time tinha à frente seus jogadores mais talentosos, com Gerson, Diego, Arrascaeta, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol, algo que nem mesmo Jorge Jesus havia feito durante sua passagem.

"O Flamengo jogou boa parte do jogo com três zagueiros, aquilo ali é um sistema de três zagueiros. Começa numa linha de quatro, mas quando o Flamengo tinha a bola, especialmente na primeira etapa, que foi a maior parte do tempo no ataque com a bola, o Isla jogou lá na linha lateral, o Bruno Henrique aberto pelo outro lado e a zaga tinha o Willian Arão com o Rodrigo Caio, eram os dois zagueiros escalados, e o Filipe Luís, o Filipe Luís formava ali o tempo todo e quando avançava nunca era pelo corredor, era mais pela faixa central do campo como meio-campista", diz Mauro Cezar.

"Todos os seus principais jogadores mais talentosos foram reunidos pelo Rogério, algo que nunca aconteceu, eles nunca jogaram juntos, Diego, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gabigol, Bruno Henrique e Gerson, os seis jogaram juntos. O Flamengo não tinha volante e o Flamengo não jogou exposto", completa.

Já pelo lado do Palmeiras, Mauro voltou a falar que o repertório do time de Abel Ferreira ainda se mostra limitado, sem encontrar uma saída para a situação que foi imposta pelo time flamenguista e levando perigo em poucas jogadas no ataque, mesmo tendo ficado mais tempo com a bola durante o segundo tempo.

"Quando eu disse aqui que o Palmeiras não tem grande repertório, não tem repertório, eu continuo afirmando, o Palmeiras tem uma dificuldade grande para jogar se não aparecer o cenário que lhe favorece. Contra o Corinthians e contra o Grêmio mudou um pouco, no primeiro tempo contra o Grêmio teve muita posse de bola, não conseguiu traduzir essa posse e as situações criadas em gols, fez só um e tomou um empate e Contra o Corinthians teve mais posse de bola, mas dois dos gols e algumas chances aconteceram com a fartura de espaço que o Corinthians cedia", afirma o jornalista.

"Achei que o Flamengo fez um jogo muito bom e o Palmeiras esbarra nos problemas que ele tem, que pode acontecer de novo contra o Grêmio, pode acontecer contra o Santos nessas finais que virão, e acho até que o Abel está tentando mudar isso mas ainda não conseguiu, o Abel Ferreira, mas ontem eu achei que foi de fato a melhor atuação do Flamengo com o seu atual treinador", conclui.

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