O Palmeiras conquistou o seu segundo título da Copa Libertadores ao vencer o Santos no sábado e uma das discussões em relação à final no Maracanã foi o nível técnico da partida, que teve poucas chances criadas pelos dois times e acabou com o gol de Breno Lopes na única finalização certa do ataque palmeirense.
No Posse de Bola #96, Mauro Cezar Pereira afirma que o torcedor palmeirense deve comemorar o título, que foi legítimo, independentemente de no caminho ter enfrentado adversários mais fracos do que o próprio Santos enfrentou, mas que ele não pode deixar de analisar o jogo em si e citar a baixa qualidade técnica na vitória palmeirense.
"São duas coisas distintas, uma é o merecimento do título, isso é óbvio. Foi ganho de forma legítima, isso não tem que discutir. O adversário era mais fraco? Também tem que ser falado ao longo da análise durante a competição e nós falamos isso, pegou um caminho mais fácil do que o Santos, mas ganhou de forma legítima e isso não se discute. Agora, ficar o jornalista repetindo o que fala o torcedor? Tem que falar do jogo e o jogo foi ruim demais", afirma Mauro Cezar.
"Era possível ter uma final melhor e esses times jogaram mais bola. O Palmeiras jogou mais bola durante a competição em alguns momentos, especialmente no famoso jogo do River Plate na Argentina, e o Santos nem se fala, as atuações do Santos contra Grêmio e contra o Boca, tanto em casa, quanto foram, forma excelentes, em casa então, espetaculares, surpreendentes até", completa.
A respeito de o Palmeiras ter tido adversários mais fáceis em sua trajetória, Mauro afirma que isso não desmerece o título, mas precisa ser analisado. Em relação a comparações de Abel Ferreira com Jorge Jesus, ele considera descabida pela forma diferente de trabalho dos dois portugueses e também a grande diferença de tempo de carreira entre eles.
"Campeão é campeão e não se discute. Quando o Grêmio foi campeão, também houve essa discussão de que venceu times mais fracos. Não importa, os times 'mais fracos' que enfrentou eliminar outros e a vida segue, isso é uma bobagem discutir. Agora, sobre a qualidade do jogo, é óbvio que o jogo foi um horror e foi um horror por conta da covardia dos times e dos dois treinadores, extremamente conservadores, muito cautelosos", diz Mauro Cezar.
"As comparações do Abel Ferreira com o Jesus do ponto de vista treinador são absolutamente tacanhas, eles não têm nada a ver um com o outro, são totalmente antagônicos, o Jesus é um técnico de perfil diferente do Abel, no entanto, é um cara 24 anos mais velho que o Abel e talvez, daqui 10, 15 ou 24 anos o Abel seja um técnico completamente diferente desse. Esse Abel Ferreira que veio ao Brasil é competitivo, campeão legitimamente, muito bom nas entrevistas, ele na montagem do time não se distancia em nada de outros tantos técnicos brasileiros. É um time reativo, de muita ligação direta, é um time que não arrisca muito, pelo contrário", conclui.
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