O Flamengo venceu ontem (4) o clássico diante do Vasco, no qual mais uma vez Willian Arão atuou como zagueiro, enquanto o meio de campo não tinha um volante de ofício, com Diego e Gerson fazendo a função e um sistema de marcação envolvendo inclusive o centroavante Gabigol, formação que tem funcionado desde a vitória diante do Grêmio e com resultados que aproximaram o time rubro-negro da briga pelo título com o líder Internacional.
No podcast Posse de Bola #97, Mauro Cezar Pereira destaca as escolhas de Rogério Ceni e como ele tem feito o time jogar de forma diferente em relação ao padrão dos técnicos do futebol brasileiro e com um meio de campo algumas vezes mais ousado que o de Jorge Jesus, que em diversos momentos utilizava o volante paraguaio Piris da Motta para garantir resultados na campanha vitoriosa de 2019.
"Ele em um primeiro momento tentou retomar o modo de 2019, não deu certo. Tentou outro formato, não estava funcionando muito bem, tinha altos e baixos, e no jogo do Grêmio o Flamengo voltou a jogar dessa maneira, o Arrascaeta na esquerda, Everton Ribeiro na direita, Bruno Henrique com mais liberdade, Gabigol circulando muito mais pelo ataque e voltando até na defesa, participando muito, e a diferença, que nem Jesus fez, reunir Gerson, Diego, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gabigol e Bruno Henrique, os seis titulares, vários jogos seguidos, nem Jorge Jesus fez isso", diz Mauro Cezar.
"Quando apertava o calo, entrava Piris da Motta nos jogos do Flamengo para segurar resultado. Se fosse o modo 2019 com aquele elenco e aquele técnico, ontem talvez o Piris da Motta entrasse para segurar o 1 a 0. O Jesus fez isso várias vezes, o Ceni está sendo mais arrojado do que o Jorge Jesus nesse aspecto, vamos pensar, o torcedor do Flamengo tem que pensar, parar de implicância, parar de querer ter razão, isso é bobagem", completa.
O jornalista afirma que, mesmo que o Flamengo não venha a ser campeão brasileiro ao final da temporada, é preciso reconhecer que Rogério Ceni tem acertos na montagem do time, conseguindo boas atuações e também os resultados, com a saída de bola de mais qualidade e Arão fazendo boas atuações na zaga, assim como o posicionamento de Filipe Luís, em alguns momentos como um terceiro zagueiro e em outros entrando como volante pelo meio.
"Tem horas que tem Diego, Gerson, Filipe Luís entrando, abre o Arrascaeta na esquerda, o Flamengo ocupa ali o meio-campo e não tem volante, isso é lindo, o Flamengo consegue jogar sem volante. Pode perder amanhã, não ser campeão, tomar goleada, mas é muito legal ver no futebol brasileiro alguém que põe um time para jogar sem volante e que faz jogadores que não são volantes jogarem assim", completa.
"O momento do Flamengo e do Ceni mostram melhores resultados, melhores exibições, jogando de uma maneira que nem o Jorge Jesus montou. Isso o torcedor do Flamengo tem que ter a humildade de reconhecer, porque não é uma opinião, é uma constatação, nem Jorge Jesus jogou assim", conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
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