No empate sem gols com o Corinthians que custou ao Internacional a perda do título brasileiro, o time comandado por Abel Braga teve um pênalti marcado a seu favor ainda no primeiro tempo, com um toque da bola na mão de Ramiro, em tentativa de um carrinho dentro da área. O árbitro Wilton Pereira Sampaio marcou a penalidade, mas voltou atrás após rever a jogada no VAR.
No podcast Posse de Bola #103, Mauro Cezar Pereira discorda da decisão final da arbitragem e afirma que o pênalti a favor do Inter não deveria ter sido anulado, de acordo com sua concepção sobre a regra. O jornalista também reclama das frequentes mudanças em relação à interpretação de lances como o de Ramiro.
"Eu aprendi com o Sálvio [Spínola, comentarista de arbitragem] e agora ele fala outra coisa porque os caras mudaram a tal da regra, eles mudam toda hora. Há alguns anos, quando estava trabalhando junto com o Sálvio ainda, eu perguntei por que o cara dá carrinho, a bola bate no braço e é pênalti. E ele falou que o raciocínio é que quando o cara dá o carrinho, ele assume o risco de fazer uma falta no adversário, dentro da área vai ser pênalti", diz Mauro Cezar.
"Ele não acerta a bola, acerta o adversário, e assume o risco de meter a mão na bola, porque ele está numa posição que está se atirando no gramado. Eu carrego isso comigo, se eu dou o carrinho, eu estou me arriscando. O carrinho é do jogo, mas é um risco, é uma jogada de alto risco para o defensor pelo risco de fazer a falta, que pode ser um pênalti, se dentro da área, ou de bater a mão na bola. Então, para mim, isso sempre deveria ser pênalti", completa.
Mauro afirma que com a questão do braço de apoio, citada pelo ex-árbitro na análise do lance no qual concordou com a decisão final pela anulação do pênalti, a interpretação do lance ficou ainda mais subjetiva.
"No Sportv, o Sálvio falou concordou com a decisão do VAR, ele acha que aquele é o braço de apoio. Inventaram esse negócio, não tinha, quando eu tive essa conversa com o Sálvio lá atrás, não havia o braço de apoio, aí depois inventaram o tal do braço de apoio, que segue, ele até ironizou, 'como é que você vai saber o braço de apoio, 30 graus inclinados para lá ou para cá', ninguém consegue medir essa porcaria", diz Mauro.
"Fica um negócio totalmente subjetivo e nessa subjetividade do lance, para mim o pênalti contra o Corinthians deveria ser marcado, acho eu, como eu vejo futebol. Agora, ele mesmo diz: 'eu não marcaria, concordo com a arbitragem, mas é subjetivo'. Ficamos entregues à subjetividade. Acho que ontem o Inter tinha motivos sim para se queixar", completa.
Ao mesmo tempo em que considera que o time colorado tem motivos para reclamar do lance do pênalti, Mauro Cezar lembra que houve diversas situações de arbitragem no Campeonato Brasileiro, alguns deles favoráveis ao time vice-campeão, e que outros times também poderiam se queixar.
"Também poderiam os adversários do Inter se queixar de várias situações, contra o Flamengo, por exemplo, teve cortada do Cuesta que deu soco na bola e não teve pênalti, o Pedro foi empurrado e não teve pênalti, no 2 a 2. No Gre-Nal teve pênalti no Ferreirinha que também não foi marcado, teve a bola na barriga do Everton do Red Bull Bragantino que virou pênalti para o Inter, teve o gol que ninguém sabe, aliás, que áudio maravilhoso do VAR da CBF, de Vasco 0, Inter 2, também não sabe se estava impedido ou não", diz o jornalista.
"Para ficar claro, eu acho que deveria ser marcado o pênalti na minha maneira de ver futebol, mas os próprios comentaristas de arbitragem, que ficam atentos a esse livrinho de regra que muda toda hora, tem mais atualização do que negócio de celular, de smartphone, atualizando, atualizando, essa porcaria atualiza toda hora e só piora, eu acho que pode reclamar do jogo de ontem, mas não perdeu o campeonato por isso, porque teve tudo para ganhar do Corinthians, não conseguiu. Não ganhou do Sport, abraçou o 0 a 0 com o Athletico-PR e perdeu para o Flamengo porque escalou o Rodinei e pagou R$ 1 milhão para escalar o Rodinei. O Inter cometeu seus erros também", conclui.
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