Arnaldo Ribeiro: Primeiros sinais de Crespo no São Paulo são bem positivos

O São Paulo goleou o Santos por 4 a 0 no primeiro clássico disputado na nova temporada pelo Campeonato Paulista, com o time treinado por Hernán Crespo conseguindo mais uma goleada nos três jogos disputados desde a estreia, o que animou os torcedores, decepcionados ao fim da última temporada quando o clube perdeu a chance de sair da fila ao perder a liderança do Brasileirão e não conseguir se recuperar.

No podcast Posse de Bola #106, Arnaldo Ribeiro avalia como positivo o início do trabalho de Crespo e chama a atenção para a leitura de jogo, a capacidade de modificar o time durante a partida e a recuperação de jogadores que não estavam bem com Fernando Diniz.

"Os três jogos do Crespo no comando do São Paulo, eles têm vários sinais. A gente falou aqui na semana passada depois do primeiro jogo, aí aconteceram mais dois, goleada sobre a Inter de Limeira, um time frágil, e goleada sobre o Santos que estreava o Ariel Holan, os jogadores voltavam de férias, o Santos resistiu ali no primeiro tempo, com o gramado completamente encharcado e no segundo tempo foi trucidado, quatro gols em um tempo só", diz Arnaldo.

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"O que eu vejo no São Paulo do Crespo é um pouco do que eu vejo nos times brasileiros que são dirigidos pelos estrangeiros, eles têm uma capacidade em grande maioria de transformação rápida no ambiente, sistema de jogo, ideias, então é um São Paulo já bem diferente daquele que jogava sob o comando do Fernando Diniz, embora os jogadores quase todos sejam os mesmos. E aí tem algumas recuperações, como a do Pablo, a mais simbólica, que com o Fernando Diniz não conseguia jogar", completa.

O jornalista chama a atenção para a importância de entender o momento de mudar a forma de jogar e diz que muitas vezes os treinadores brasileiros têm dificuldades nas substituições, o que aumenta a importância no momento em que se pode trocar cinco jogadores em uma partida.

"Sobretudo a atitude, a leitura durante o jogo que é uma coisa que o treinador brasileiro tem uma dificuldade imensa, reparem como o treinador brasileiro em geral tem dificuldade em reagir às circunstâncias da partida, isso a gente fala aqui, o maior treinador brasileiro na minha opinião era o Telê Santana e tinha dificuldade de substituir durante o jogo, hoje o jogo tem cinco substituições e era a grande preocupação do Rogério Ceni quando técnico do Fortaleza ainda, e o Rogério tem alguma dificuldade mesmo sendo campeão brasileiro. O estrangeiro, o português, o argentino, a reação deles durante a partida, às circunstâncias da partida, costuma ser mais rápida e isso faz uma diferença no futebol hoje em dia brutal", afirma Arnaldo.

"Foi uma das marcas do Crespo nessas primeiras partidas sob o seu comando, no jogo sábado contra o Santos, a mudança de sistema no meio do jogo, a saída do terceiro zagueiro e a entrada do Rojas, outro jogador reabilitado por ele e o São Paulo goleou o Santos com certa facilidade. Não digo que é empolgado porque o são-paulino tem um pé atrás com tudo, mas eu acho que tem bons sinais para esse começo de trabalho", completa.

Com reforços chegando, como o zagueiro Miranda e o lateral Orejuela, Arnaldo afirma que o São Paulo tem montado sempre elencos fortes e agora precisa conquistar algum título para encerrar o jejum desde a Copa Sul-Americana de 2012, considerando Crespo um acerto da direção tricolor.

"O São Paulo tem problemas financeiros há algum tempo, mas continua sendo capaz ano após ano de formar times fortes, mesmo não tendo o poderio do Flamengo, do Palmeiras ou agora do Atlético-MG, o São Paulo tem sempre um dos quatro times mais caros do país, desde sempre. Com esse poderio ele tem que sair da fila, é essa a situação. Se vai conseguir brigar com os três principais, não sei, como chegou a brigar esse ano no Campeonato Brasileiro, mas pode ganhar um título estadual, pode ganhar uma Copa do Brasil e pode fazer uma Libertadores digna", diz o jornalista.

"O prenúncio é muito bom e eu dizia antes das três partidas, para mim a contratação do Crespo foi uma bola dentro. É um técnico jovem, inteligente, com gana, com vontade de mostrar trabalho em outro país e com uma equipe de trabalho muito interessante, que também é uma coisa que faz falta no futebol brasileiro, tem sempre um personagem, o técnico, um braço direito ali que normalmente é um cara do passado e uma situação quase viciada, que quando a comissão técnica estrangeira vem, balança um pouco. Esses primeiros sinais são bem positivos, não para empolgação, mas para animação", conclui.

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