A decisão do governo paulista de não permitir a realização de jogos de futebol pelas próximas duas semanas, a partir de segunda-feira, causa discussões e discordâncias em relação ao efeito da medida, no momento em que o Brasil vive o pior momento da pandemia, tendo passado de 2 mil mortes pela covid-19 nos últimos dias.
No podcast Posse de Bola #107, Arnaldo Ribeiro explica sua reprovação da medida, cita a quantidade de testes que são feitos e como o futebol poderia servir como exemplo, ao mesmo tempo que não acredita que seja colocado em prática um lockdown, que realmente interrompa todas as atividades que não sejam essenciais.
"Eu entendo claramente o simbolismo da parada do futebol em São Paulo como se fosse o para tudo, mas a gente sabe que não é o para tudo, aqui não teve lockdown em nenhum momento, não vai ter nesse governo Doria em São Paulo, não vai ter, então o para tudo é para mais ou menos, e assim o futebol mais uma vez, como sempre foi na nossa vida, a gente sabe disso", diz Arnaldo.
"O futebol pode não ser a coisa mais importante do Brasil, mas é uma das mais importantes e foi usado de todas as formas desde que eu me conheço por gente para lá e para cá para satisfazer interesses políticos. Me parece, lamentavelmente, a última preocupação a questão das vidas e o futebol poderia dar uma contribuição, ele é o meio brasileiro que mais testou pessoas no seu ambiente, testa pessoas a cada 48 horas, isso não existe no Brasil e o futebol conseguiu essa proeza porque tem dinheiro para tal, então use esses benditos testes um ano em benefício coletivo", completa.
Ao mesmo tempo em que se coloca contrário à paralisação do futebol em São Paulo, Arnaldo também cita a incoerência de dirigentes de futebol quando decidiram seguir a temporada com o mesmo número de datas durante a pandemia, sendo que na Europa a Liga dos Campeões teve sua edição passada reduzida na fase final.
"A gente fica esperando o bom senso e a gente sabe que não tem bom senso nesse país nem de quem comanda governos nem de quem comanda futebol. Aqui em São Paulo, o que eu vejo, poderá acontecer duas situações, uma parada de 15 dias só para treinos, a pré-temporada que não aconteceu na prática, a temporada emendou, ou essa bizarrice de jogar fora do estado. Tendo a parada de 15 dias só para treinos, é possível que aí o campeonato paulista, com três rodadas de atraso, volte, sei lá, se a situação melhorar e espero que sim, no dia 30, com jogos a cada dois dias", diz Arnaldo.
"Para dar conta dessa situação toda que foi criada em termos de calendário e que poderia ser antecipada de uma outra forma, todo mundo cedendo um pouco, talvez não o Campeonato Brasileiro, agora, o resto, copas, estadual, Libertadores, tudo isso poderia ser evitado e eles incrementaram, e não é só no Brasil, na América do Sul também, o calendário 2021 em meio à pandemia. Eu entendo que o futebol, que nunca foi exemplo de alguma coisa, poderia dessa vez, pelo simples fato de ser o meio que mais testa pessoas nesse universo, servir de exemplo sim", conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
A gravação do Posse de Bola está marcada para segundas e sextas-feiras às 9h, sempre com transmissão ao vivo pela home do UOL ou nos perfis do UOL Esporte nas redes sociais (YouTube, Facebook e Twitter).
A partir de meio-dia, o Posse de Bola estará disponível nos principais agregadores de podcasts. Você pode ouvir, por exemplo, no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts, Amazon Music e Youtube --neste último, também em vídeo. Outros podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts.
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