Arnaldo Ribeiro: Com a boca, Abel Ferreira está na frente do Rogério Ceni

Campeões do Brasileirão e da Copa do Brasil com Flamengo e Palmeiras, respectivamente, Rogério Ceni e Abel Ferreira deram entrevistas que repercutiram nos últimos dias entre os torcedores, com o treinador do clube rubro-negro recebendo críticas devido a algumas declarações dadas, enquanto o palmeirense deixou uma boa impressão nas diversas conversas que teve com jornalistas, além de se manter em alta com o torcedor.

No podcast Posse de Bola #109, Arnaldo Ribeiro destaca que dentro de campo Rogério Ceni foi mais ousado, mas que nas declarações dadas, o técnico do Flamengo se coloca em desvantagem em relação a Abel Ferreira, apontando a dificuldade na admissão de erro como uma dificuldade que ele tinha desde os tempos em que era goleiro do São Paulo.

"Se você pegar como treinadores os trabalhos que eles fizeram, o Abel teve dois títulos, o Ceni teve um, o Ceni fez coisas mais ousadas no time dele do que o Abel fez no time dele, mas aí é que está, o Rogério carrega, e posso pegar pelo ponto de assumir o erro, o Rogério tem uma dificuldade gigantesca de assumir o erro ou de reconhecer que algum adversário, por exemplo, é melhor do que ele", afirma Arnaldo.

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"Isso desde que ele era goleiro moleque, desde que ele cometeu a sua primeira falha no São Paulo, desde que ele cometeu a sua primeira falha na seleção, aquele amistoso lá em Barcelona, que foi a melhor atuação de um goleiro, mas ele falhou nos dois gols, ele não consegue", completa.

Arnaldo destaca como é importante no futebol atual saber fazer o melhor uso das palavras e como o treinador do Palmeiras se sai bem em suas entrevistas, inclusive com situações como elogios a Ayrton Senna e citação a Telê Santana.

"O Ceni resolveu voltar antes do período estipulado para, enfim, mergulhar no trabalho, o Abel não sabe quando vai voltar, até porque tem que ficar 14 dias em Portugal e de lá de Portugal deu essas várias entrevistas cativantes. Isso mostra o poder da palavra e acho que ela tem uma questão mais recente até no futebol, um poder muito grande, tem muita gente que morre pela boca ou que encanta pela boca", afirma o jornalista.

"O Abel, a primeira demonstração de conquista nacional, não só da torcida do Palmeiras, foi quando ele perde para o River Plate de uma forma acachapante no seu estádio e sai abraçado ao Gallardo e na entrevista coletiva fala 'esse cara é melhor do que eu, o time dele é melhor do que o meu', e mesmo que possa ter sido de alguma forma ensaiado, aquilo pega bem, como pega bem falar do Ayrton Senna, do Telê Santana e de outras situações tais. De fato, pela boca, pela entrevista, o Abel está anos-luz à frente do Ceni", conclui.

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