O Flamengo desistiu na última semana da contratação do lateral direito Rafinha, que estava negociando o retorno ao clube e a alegação oficial do rubro-negro foi de questões financeiras, o que o jogador contesta em sua versão, apontando que há outras questões em relação a dirigentes, uma briga política.
No podcast Posse de Bola #110, Mauro Cezar Pereira explica a situação no caso do lateral e afirma que a desistência do Flamengo de contar com o jogador tem sim questões políticas e também financeiras, considerando que a gestão atual do clube conta com diferentes correntes dentro da Gávea, além do fato de o marketing do clube não ser tão efetivo como se espera, na opinião do jornalista.
"O departamento de futebol queria o Rafinha, o técnico queria o Rafinha, os jogadores queriam o Rafinha, a torcida em boa parte também queria o Rafinha, só que o Rafinha não jogaria de graça no Flamengo, ele teria que receber um salário, então quando ele fala que não era dinheiro, claro que é dinheiro, a grande questão é que ele está no meio, como ficou também em parte o Diego Alves na renovação, de uma briga política", explica Mauro Cezar.
"Ele está também no meio dessa briga política. De um lado, o futebol tem que fazer dinheiro vendendo jogadores e apertando o cinto e aí o futebol vai pensar 'mas vem cá, outros setores deveriam trazer dinheiro para o clube e não trazem'. Isso é uma briga política, não é exatamente o BAP, é um grupo e outro grupo, é um governo de coalizão. A eleição do presidente do Flamengo foi feita com o apoio de grupos políticos e você tem diferenças ali, pessoas que são de correntes distintas dentro da mesma gestão", completa.
O jornalista aponta como alegações do departamento de futebol o fato de o clube ter conseguido a venda de jogadores desde o período em que foi treinado por Jorge Jesus, como Reinier e Pablo Marí, além de jovens das categorias de base, enquanto o departamento de marketing não conseguiu valorizar o sócio-torcedor e nem vender todos os espaços da camisa do clube para patrocinadores no momento em que o Flamengo vem de uma sequência de conquistas, como os dois títulos brasileiros.
Mauro Cezar considera que, sendo a questão política e financeira, o Flamengo deve tratar internamento dos motivos de não conseguir arrecadar mais com o marketing, mas evitar contratações como no caso de Rafinha se a negociação não couber no orçamento do clube, para evitar problemas já vividos no passado.
"O Rafinha não fica no Flamengo e logicamente que também tem uma questão financeira. Deve estourar o orçamento? Aí para mim isso é ponto pacífico, não. Se o marketing é ruim, discute-se o marketing, mas se vai estourar o orçamento não tem que contratar Rafinha nem ninguém e ponto final, foi assim que o Flamengo se arrebentou todo no passado", afirma o jornalista.
"Contratar mais um jogador e estourar o orçamento significa o seguinte, você contrata aquele cara, amanhã outro pede aumento, o outro quer ganhar mais, e aí você vai tendo que calar a boca de um ou outro dando vários aumentos que você não tem condições de oferecer. aí você vai fazer sua fala explodir e a vaca vai para o brejo, foi assim que o Flamengo se arrebentou e tantos outros clubes se colocaram na situação difícil em que estão financeiramente, então acho que a decisão do ponto de vista técnico está certa se o orçamento não pode ser respeitado", conclui.
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