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OPINIÃO

Juca: Rogério pagar pelo Flamengo de hoje não ser o de 2019 é uma injustiça

Do UOL, em São Paulo

09/07/2021 17h12

O Flamengo foi campeão brasileiro sob o comando de Rogério Ceni na última temporada, mas o treinador sempre conviveu com críticas da torcida, mas elas ganharem intensidade nos últimos dias devido aos maus resultados do time, que perdeu para Fluminense e Atlético-MG, atuando desfalcado de jogadores importantes, como Everton Ribeiro e Gabigol.

No podcast Posse de Bola #141, Juca Kfouri afirma que o que acontece com Ceni é uma soma de fatores, que vão desde o perfil do técnico e a dificuldade de adaptação a um clube como o Flamengo e o desejo do torcedor de que o time possa jogar como em 2019, sendo que algumas peças da equipe então comandada por Jorge Jesus já não fazem parte do elenco.

"Eu acho que o maior problema do Rogério Ceni é o problema da comunicação. A atitude, o perfeccionismo, o mau humor não contribuem para que ele tenha uma imagem simpática principalmente quando ele sai do habitat dele, que sempre foi o São Paulo, tal a identificação como um dos maiores ídolos da história do São Paulo, com justa razão, e vai para um clube popular como o Flamengo, que exige uma compreensão no trato com o torcedor, que parece ele não ter, então ele se enclausura e ele acaba pagando por isso", diz Juca.

"Ele pagar pelo fato de o Flamengo de hoje não ser o de 2019 é uma baita injustiça, por todas as razões conhecidas, a começar por uma óbvia, o Flamengo de hoje não é o Flamengo de 2019, então não poderia reproduzir aquele futebol que nos encantou a todos. Você soma a isso esses insucessos recentes do Flamengo, o time mais desfalcado de todos os pretendentes ao título, com essa atitude que ele revela absolutamente antipática nas entrevistas que dá e sem assumir o seu quinhão de responsabilidade leva a isso, leva a que se escolha um bode expiatório e aí o bode expiatório é ele", completa.

Juca afirma que o futebol jogado pelo Flamengo está abaixo do esperado, mesmo considerando os desfalques, mas a postura do treinador não o ajuda, assim como a omissão da diretoria no momento em que poderia respaldá-lo.

"Ele é bode expiatório porque o Pedro está fazendo bico, ele é bode expiatório porque o Bruno Henrique está muito longe de ser aquele Bruno Henrique, porque é claro, com o elenco que o Flamengo tem, a gente supunha que, mesmo com desfalques tão pesados, o Flamengo fosse capaz de fazer uma campanha melhor do que está fazendo e o Flamengo está jogando esse futebol abaixo da crítica", diz Juca.

"Ele fica naquela posição dele, diga-se, posição essa que dentro do São Paulo muitas vezes era acusada pelos próprios jogadores do São Paulo, o São Paulo estava ganhando e ele estava reclamando, nunca estava feliz, ele nunca estava satisfeito, porque ele é um perfeccionista. Agora, no São Paulo ele podia fazer isso, no São Paulo ele era o rei. No Flamengo ele não é o rei nem dentro do elenco e tem uma diretoria que a gente sabe que não é exatamente uma diretoria que honre as calças que veste e que fica nesse silêncio covarde, o entrega às feras, ele que se vire, e aí dá nisso", conclui.

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