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OPINIÃO

Mauro Cezar: Tite sacrifica qualquer jogador para Neymar ficar à vontade

Do UOL, em São Paulo

03/09/2021 16h04

A seleção brasileira venceu ontem (2) o Chile por 1 a 0 em Santiago em uma noite de atuação apagada de Neymar, que muitos consideraram fora de forma e ele justificou que utilizou um tamanho de camisa maior e que isso foi o que causou esta impressão. Mesmo sem jogar bem, o camisa 10 permaneceu em campo até o final da partida.

No podcast Posse de Bola #157, Mauro Cezar Pereira critica a manutenção de Neymar em campo pelo técnico Tite mesmo diante de uma atuação ruim e a escalação de jogadores fora de suas posições, privilegiando apenas o camisa 10, enquanto outros acabaram prejudicados ao terem de fazer outras funções que não as de origem.

"O Tite monta um time em que ele sacrifica qualquer jogador, Gabigol, Gabriel Jesus, Vinícius Júnior, qualquer um, para o Neymar ficar à vontade, e não tem coragem de substituí-lo, mesmo ele fora de forma, perdendo um gol feito naquela bola do Gabigol, até de velocidade, fugindo até da característica do camisa 9, em que ele serviu, poderia até ter chutado e serviu o Neymar, ele chutou lá em Paris", diz Mauro Cezar.

"Em lances capitais o Neymar mostrou estar fora de forma física, técnica, inexplicável isso, porque a temporada europeia já começou, ele já jogou pelo Campeonato Francês, tem a Champions League chegando agora logo depois dessa imensa e interminável data Fifa, com três jogos aqui na América do Sul. Por que ele está fora de forma? Qual a explicação? Por que ele joga os 90 minutos assim mesmo e no final ainda tomou o amarelo", completa.

Mauro cita as críticas que muitas vezes são feitas a outros jogadores e justifica a escalação fora da posição de origem e o não aproveitamento por parte do treinador do que eles podem entregar, casos, por exemplo, de Everton Ribeiro e Gabigol.

"O Brasil tem uma defesa forte, tem jogadores de qualidade superior aos seus adversários e sempre vai achar um golzinho, como ontem. O Neymar perdeu e na sobra o Everton Ribeiro fez o gol. Curiosamente, fez o gol jogando numa posição que não é a dele, mas ele rende muito mais jogando pelo lado direito, vindo para o meio, e o Gabigol também, e eles têm um entrosamento, se entendem pelo tempo que jogam no Flamengo, um conhece já o outro.

"É uma seleção que continua nas mãos de um jogador, o técnico parece não ter autonomia para mexer com ele, ele sacrifica outros atletas, não os aproveita na sua plenitude, naquilo que eles podem oferecer, aí alguns bobos 'o Gabigol não joga nada na seleção'. É claro, o técnico não tira dele o que ele pode oferecer", conclui.

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