O Palmeiras atuou na final da Libertadores com uma formação que ainda não tinha sido vista dentro de campo, com Piquerez como terceiro zagueiro e Gustavo Scarpa na ala esquerda para vencer o Flamengo, chegar ao tricampeonato e acabar com as reclamações pelos resultados dos jogos anteriores, pelo Campeonato Brasileiro, especial diante do São Paulo, quando foi criticado por escalar os reservas diante do rival e rebateu na entrevista coletiva citando que seguiria seu plano, e o plano funcionou.
No podcast Posse de Bola #182, Arnaldo Ribeiro destaca o sucesso do plano do técnico português e como o Palmeiras conseguiu fazer com que o jogo ficasse ao seu modo ao abrir vantagem ainda antes dos 10 minutos de partida no estádio Centenário, em Montevidéu.
"Ele apostou unicamente em uma partida, teve o plano que ele autodenominou Plano Abel Ferreira para a temporada e venceu. Teve méritos porque eu acho que a estratégia dele para a final foi uma estratégia mesmo, o Palmeiras nunca tinha jogado daquela forma, com Scarpa aberto de ala, Piquerez como terceiro zagueiro, Felipe Melo no banco, os moleques no meio, ele se armou para travar o Flamengo, para fazer uma pressão inicial em um contra-ataque e abrir o placar quando estava passando para o sexto minuto, e aí o jogo ficou a caráter do que ele gosta", diz Arnaldo.
"O Palmeiras do Abel, por essas situações, pela eliminação precoce na Copa do Brasil, por jogar o Brasileiro de vez em quando, ele soube, do jeito que ele critica o calendário maluco brasileiro, aproveitar a oportunidade de centrar esforços em uma frente única e deu certo. Não tem discussão quando um cara é bicampeão da Libertadores, bicampeão seguido são raros, como o Telê. Dá para ser campeão da Libertadores dirigindo um grande time do Brasil ou da Argentina não necessariamente sendo absolutamente pragmático, pode ser o Gallardo, que eu acho que é um estilo que me agrada mais, mas o título é incontestável", completa.
Arnaldo cita ainda a forma como o jogo com o Atlético-MG serviu para que Abel Ferreira utilizasse três jogadores que estiveram em campo, como Deyverson, rebate a alegação de que o português pegou um elenco desacreditado no Palmeiras, mas ressalta que o símbolo do título não é um dos jogadores, mas o treinador que chega ao bicampeonato, o que havia sido feito pela última vez há 20 anos, por Carlos Bianchi, no Boca Juniors.
"Eu só discordo de uma coisa na entrevista dele pós-título e ele já tinha falando isso também antes, que quando ele chegou, ninguém dava nada para esse grupo de jogadores do Palmeiras. Não é verdade, nós damos créditos a esse grupo de jogadores do Palmeiras há pelo menos 5 anos. O grupo do Palmeiras não era uma coisa qualquer ou terra arrasada quando o Abel chegou. Ele conseguiu transformar esse time em um time copeiro, é verdade, tem as digitais todas, se você perguntar qual é o principal nome do título da Libertadores do Palmeiras não é nenhum jogador, não é nem o Deyverson, é o Abel Ferreira", diz Arnaldo.
"Como é interessante o futebol, aquele jogo que 'não valia nada', Palmeiras e Atlético-MG, o último antes do embarque do Palmeiras valeu pra caramba porque naquele jogo em que o time reserva foi bem, três jogadores foram utilizados na final por conta do desempenho naquele jogo prévio, entre eles, o Deyverson, que fez o gol do título. Deyverson contra o Atlético-MG ganhou a disputa com o Luiz Adriano, fez gol e, quando precisou do centroavante, foi o Deyverson e não o Luiz Adriano. O Deyverson foi lá e fez o gol do título é o herói com a digital do treinador por trás", conclui.
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