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OPINIÃO

Arnaldo: Relação de Ceni com a torcida do São Paulo não será mais a mesma

Do UOL, em São Paulo

10/12/2021 15h40

Com o São Paulo encerrando o Campeonato Brasileiro na 13ª posição, em sua pior campanha nos pontos corridos, o técnico Rogério Ceni não cravou sua permanência na entrevista coletiva realizada logo após o jogo no qual o time foi derrotado pelo América-MG, na 38ª rodada, e citou o risco à imagem de alguém com mais de duas décadas no clube.

No podcast Posse de Bola #185, Arnaldo Ribeiro comenta as declarações dadas por Rogério Ceni e as condições para a permanência do treinador, apontando que a mudança no prestígio do ídolo são-paulino perante o torcedor seria natural simplesmente pelo fato de ele atuar hoje em uma carreira diferente, como treinador, o que tem riscos.

"Acho que a situação do Rogério de condição à permanência só mediante um time que seja capaz de competir, pela coletiva de ontem depois do jogo, me pareceu uma preocupação para 2022 muito mais com ele do que com o São Paulo. O Rogério tem, digamos, essa característica", diz Arnaldo.

"A frase de 'eu não posso arriscar minha reputação de 25 anos no comando de um clube que não é competitivo', quando você se torna treinador de futebol, a primeira coisa é que você arrisca a sua reputação como jogador automaticamente, como foi o Renato, ele arrisca a sua reputação, sobretudo nos clubes com os quais eles tinham laços como jogador, você arrisca a sua reputação, é automático isso", completa.

O jornalista aponta uma dificuldade de Rogério Ceni entender o torcedor do São Paulo, o que denota um problema do próprio treinador, que não terá a mesma relação que teve como jogador com o clube. Ao mesmo tempo, chama a atenção para o fato de Ceni já ter trabalhado em condições mais modestas e se saído bem no Fortaleza, pontuando que o torcedor está ciente do momento são-paulino.

"O Rogério, ao definir ser treinador, ele está automaticamente arriscando a sua reputação e está arriscando sim a relação dele com o torcedor do São Paulo, clube que ele defendeu como jogador, e a relação dele com a torcida do São Paulo talvez seja a coisa que esteja machucando-o, porque ele não aceita e não compreende a relação fria com o torcedor. Não entender o torcedor de um time que ele viveu duas décadas, três décadas, é de uma miopia incrível", diz Arnaldo.

"É óbvio que a relação nunca mais será a mesma, mas é óbvio, o que não quer dizer que ela não possa ser restabelecida de alguma maneira, não totalmente, não aquela situação de fidelidade única, porque ele não é mais jogador, ele é treinador, mas dependeria de um bom trabalho. Se ele não tem condição de fazer um trabalho mínimo a la Fortaleza, que ele fez, com os recursos que o São Paulo terá em 2022, é um problema dele, não é um problema do São Paulo", conclui.

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