Um áudio vazado de Muricy Ramalho, coordenador do São Paulo, expondo as dificuldades do clube e a possibilidade de saída dele e do técnico Rogério Ceni agitou a semana tricolor, mas acabou com a manutenção de ambos no Morumbi, com a perspectiva de contratações que antes não estavam no horizonte da diretoria.
No podcast Posse de Bola #186, Juca Kfouri afirma que o áudio expôs o presidente Julio Casares como refém de Muricy e de Rogério Ceni, além de expor uma situação de dentro do clube que faria ele, Juca, optar pela demissão imediata do coordenador.
"A situação do São Paulo pior a emenda que o soneto. Eu acho que o tal Wladimir, tal amigo do Muricy, que evidentemente vazou porque mandaram ele vazar, o Wladimir acabou mostrando que a direção do São Paulo é refém do Muricy e do Rogério", diz Juca.
"Eu, no lugar do presidente do São Paulo, mandava o Muricy embora imediatamente depois daquele áudio vazado. Eu não posso ter como funcionário alguém que diga do meu comando o que o Muricy disse. Encostou na parede, ou dá ou desce, e eles deram", completa.
O jornalista também questiona se o elenco do São Paulo é inferior ao de clubes que conseguiram a classificação para a Libertadores, além de apontar como uma temeridade o modelo atual do Corinthians ser usado como referência neste caso, citando que o próprio Timão terá uma conta alta a pagar.
"A minha pergunta é: o elenco do São Paulo atual, com todas as fragilidades, é pior do que o do América-MG? É pior do que o do Fluminense? É pior do que o do Fortaleza? É pior do que o do Bragantino? Não, ele é pior do que o do Galo, do Flamengo, do Palmeiras e do Corinthians, mas não do que esses que eu citei", diz Juca.
"Por que o Rogério e o Muricy não conseguiram fazer esse elenco jogar o mínimo que o colocasse pelo menos na Pré-Libertadores? Que não passasse os vexames que passou para não cair para a segunda divisão. Eu começaria por aí, qual é a avaliação do trabalho dos dois? É uma avaliação que permite a ambos uma posição de força? De praticamente chantagear a direção do São Paulo? Bom, para quem aceitou a chantagem, a solução é fazer a temeridade, a irresponsabilidade pródiga que o Corinthians está fazendo", completa.
O jornalista também cita a tentativa de mudança no estatuto do São Paulo, o que considera um golpe e lembra que não é muito diferente do que tentou fazer Juvenal Juvêncio, apontando um caminho obscuro para o clube do Morumbi.
"A decepção que eu tenho com este novo presidente do São Paulo é enorme, porque eu o imaginava minimamente mais moderno como gestor e ele é tão velho como os anteriores, e o que é pior, propondo um golpe dentro do São Paulo, que é este novo estatuto, que é de alguma maneira a reprodução do que o Juvenal Juvêncio fez e deu com os burros n'água naquele terceiro mandato", diz Juca.
"O São Paulo não aprendeu nada, rigorosamente nada e se isso for aprovado, embora tenha que ser aprovado também numa assembleia geral de sócios, é o caminho da perdição completa do São Paulo, o soberano vai virar o lanterna. Quando você vê clubes até em pior situação falando em sociedade anônima do futebol, o São Paulo está dando passos para trás em vê de dar passos para a frente", conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
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