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OPINIÃO

Mauro: Corinthians trabalha suas finanças como o negacionista de vacina

Do UOL, em São Paulo

03/01/2022 14h44

O Corinthians contratou na segunda metade da temporada 2021 o quarteto formado por Giuliano, Renato Augusto, Róger Guedes e Willian, além de garantir Paulinho como primeiro reforço para 2022 e estar em busca de um centroavante, com o nome do uruguaio Edinson Cavani, do Manchester United, apontado como o sonho dos dirigentes.

No podcast Posse de Bola #190, Mauro Cezar Pereira afirma que seria necessário que Cavani aceitasse baixar muito os seus ganhos para topar jogar no clube paulista, além de lembrar as dívidas que o Corinthians apresentou em seus últimos balanços financeiros para alertar que em algum momento os gastos podem complicar a situação.

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"O cara tem que abrir mão de muita grana para topar vir ao futebol sul-americano, futebol brasileiro. E a questão do Corinthians e o dinheiro do Corinthians, todo mundo sabe da história, é só olhar os balanços, o Corinthians está encalacrado, mergulhado em dívidas, a dívida do estádio, dívida do próprio clube, e está contratando como se não houvesse o amanhã, mas vai acontecer o amanhã, o cometa não vai bater na Terra, a não ser naquele filme lá", diz o jornalista em referência ao filme 'Não Olhe Para Cima'.

"Se tivermos o amanhã, se o cometa não chegar, um dia a casa cai, não tem jeito, não precisa ter cometa para cair a casa, é matemático isso, essa é uma história que se repete no futebol brasileiro há muito tempo, o clube contrata, contrata, amanhã não consegue pagar, aí se endivida mais ainda e vir o que acontece. A Libertadores aumenta receita? Aumenta receita, mas não nessa escala", completa.

Mauro cita o fato de o Corinthians apontar as saídas de jogadores e lembra que em alguns casos as saídas foram por empréstimo e nos quais nem sempre o clube que recebe o jogador é quem banca todo o salário, podendo também ter custos para a gestão corintiana, apontando que é arriscado trabalhar as finanças como faz o clube presidido por Duilio Monteiro Alves.

"Lembrando sempre que quando o jogador é emprestado em uma situação como muitos do Corinthians, o clube continua pagando parte da remuneração do atleta. Você reduz, mas não reduz totalmente, você reduz parcialmente aquilo que você paga mensalmente a um, dois, cinco, dez atletas. Aí você coloca, três, quatro caras caros, já são cinco com o Paulinho. É isso, mas quando você fala isso é sempre assim, tocar nessa ferida e tem torcedor que fica dodói", diz Mauro.

"O Corinthians trabalha com as suas finanças mais ou menos como o negacionista de vacina, o cara não quer se vacinar, acha que não tem perigo nenhum, que está tudo bem, um dia ele se complica, é mais ou menos por aí", conclui.

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