Mauro Cezar: Fifa avacalha o Mundial, que deveria ser menos político

O Palmeiras vai conhecer hoje o seu adversário na semifinal do Mundial de Clubes, que sai do vencedor da partida entre Al Ahly, do Egito, e Monterrey, do México, mas com a expectativa de que possa chegar à final para encarar o Chelsea, atual campeão europeu.

No podcast Posse de Bola #199, Mauro Cezar Pereira afirma que a preocupação do Palmeiras deve ser conseguir chegar à final desta vez e ser competitivo diante do Chelsea, mas sem colocar em segundo plano a conquista da Libertadores em nome do Mundial, que pode ser comemorado em caso de vitória, mas não deveria ser colocada como a competição mais importante para o clube.

"O mais importante sempre nessa competição é encarar o Mundial de Clubes como ele merece, é um torneio que o grande barato é você ter a chance de jogar com o campeão europeu. Legal jogar com o Monterrey, time mexicano, mas isso aí há pouco tempo tinha na Libertadores. A chance de jogar um jogo que vale algo, que não é um amistoso, contra o campeão da Europa, seja ele qual for, sempre é muito legal?, diz Mauro.

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"Agora, não dá para ficar nessa obsessão, essa maluquice, grava música. Todo mundo faz isso, todos os clubes fazem isso, como se fosse jogo de vida ou morte", completa.

O jornalista cita matéria publicada no blog de Marcel Rizzo no UOL sobre o fato de o Mundial de Clubes ser transmitido para menos países que as Copas do Mundo de futsal e beach soccer, ressaltando que a própria Fifa avacalha com a competição que organiza.

"Isso mostra que a Fifa trata muito mal esse torneio, aí os caras querem que os gigantes europeus, com times de zilhões de investimentos tratem isso como jogo de vida ou morte, não pode. O time que jogou agora, primeiro entrou um time local lá porque mudou a sede, entrou o time lá dos Emirados, põe esse time logo na outra fase, não, foi jogar com os caras lá do Taiti, motorista de ônibus, de táxi, de Uber, porteiro de edifício. Nada contra essas categorias profissionais, mas os caras são jogadores amadores, tinha uns barrigudos no meio lá", diz Mauro.

"Mundial você presume que são os principais times e aí tem um monte de jogador ali que nem profissional é, a Fifa avacalha o próprio torneio, os caras do Taiti não dá, não tem condição, esse time seria rebaixado na terceira divisão do Campeonato Carioca. A Fifa avacalha o torneio, não tem desafio técnico, esse é o problema. Ela poderia fazer um Mundial de Clubes nesse período curto, mas menos político e mais técnico, de repente colocando mais um time europeu, mais um time sul-americano", completa.

Por fim, Mauro afirma que o torcedor palmeirense deveria se orgulhar do feito de ter vencido duas edições seguidas da Libertadores em vez de ficar em uma obsessão pelo título mundial.

"Esse torneio tem que olhar como uma grande oportunidade de bater de frente com o time europeu. Se ganhar, comemora, tira sarro com o rival. O que me incomoda é ver que quando vai se aproximando, vai ganhando um corpo, um volume que as pessoas começam a colocar em segundo plano o que há de mais importante para um time sul-americano, que é ganhar a Copa Libertadores da América. Nada é mais importante do que a Libertadores da América porque para o europeu nada é mais importante do que a Uefa Champions League", diz Mauro.

"O palmeirense deveria superar isso, o Palmeiras ganhou duas Libertadores, uma em cima do Santos no Maracanã e uma em cima do Flamengo, da maneira que ganhou. Olha o tamanho dessas conquistas, aí você vai colocar isso em xeque eventualmente se você não ganhar? Se ganhar, legal, e se não ganhar? Eu acho isso o fim da picada", conclui.

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