O Santos não viu a cor da bola contra o São Paulo e perdeu por 3 a 0 em plena Vila Belmiro. O clássico SanSão foi a primeira partida da equipe após a demissão do técnico Fábio Carille, que havia deixado o cargo depois da derrota contra o Mirassol, por 3 a 2, na rodada anterior.
No Posse de Bola #204, o jornalista Mauro Cezar Pereira critica a demissão de Carille do comando do Santos. Para ele, a saída do treinador foi precipitada e atendeu a pressões internas e da torcida.
"Não cabe mais, no futebol, essa coisa de ficar dando satisfação para torcedor maluco, turminha de rede social, jornalista que dá chilique porque o time não venceu e acha que tem que mudar tudo depois de um jogo. Fábio Carille tem um perfil, foi contratado para evitar o rebaixamento do Santos, e agora no Paulista, ele poderia, se tivesse condições de trabalhar, fazer desse Santos um time mais organizado, mais competitivo, que pudesse resistir a times tecnicamente melhores, como o São Paulo, para tentar fazer uma temporada melhor. Mas o Santos parte para outro caminho. Por quê? Por conta de pressões? Porque perdeu um jogo", questiona.
"Enquanto no futebol se trabalhar assim, é muito aleatório, tem que dar muita sorte, né. Mandar um técnico embora por causa dessas pressões e aí o outro chegar e tudo ficar maravilhosamente bem de uma hora para outra. É muito aleatório, é como ganhar na loteria, a tendência é não acontecer. Se você percebe que está tudo uma porcaria, que nada anda, nenhum progresso, nenhuma luz no fim do túnel, aí tudo bem trocar a comissão técnica, mas não era o caso do Carille, era o caso de se insistir um pouco mais", opina o comentarista.
Mauro diz que compreende as cobranças internas e dos torcedores para que o Santos apresente um futebol mais ofensivo, mas afirma que isso também depende da qualidade dos atletas que o treinador tem à disposição.
"Entendo essa coisa do santista do DNA ofensivo, o Carille não tem esse perfil, mas o DNA ofensivo também depende dos jogadores, da capacidade de ser ofensivo, sem jogadores com tal característica não tem DNA de clube, isso é uma coisa meio folclórica. Se o Real Madrid quiser jogar ofensivo e não tiver os jogadores, não vai jogar."
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