Ceni se diz orgulhoso do São Paulo e lamenta atuação 'abaixo da média'

Um Rogério Ceni orgulhoso e ao mesmo tempo decepcionado compareceu a entrevista coletiva depois da derrota do São Paulo por 4 a 0 para o Palmeiras, na final do Paulistão. O treinador elogiou a evolução de seu elenco, principalmente os mais jovens, ao longo do campeonato, mas lamentou que a equipe tenha atuado abaixo do que vinha fazendo.

"O que era possível fazer, esse time fez. Temos que ter orgulho de ter chegado até aqui, não é o dia de você caçar culpados. Temos que entender as diferenças e, dentro de tudo que é possível, ... precisamos evoluir a cada dia, melhorar a cada dia, isso se faz necessário", afirmou.

Sobre a partida, Rogério Ceni apontou a perda das disputas de bola como um dos problemas na derrota por 4 a 0. O treinador citou um lance, ainda no primeiro tempo, em que o Palmeiras finalizou quatro vezes seguidas e só não balançou as redes por causa de uma defesa de Jandrei.

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"Em momento algum tivemos controle do jogo. No primeiro tempo, não soubemos sair da marcação, não tivemos triangulação, posse de bola. Realmente, um jogo abaixo da média dos jogos que apresentamos nesse campeonato", prosseguiu.

O treinador negou que o emocional tenha afetado um time composto, em sua maioria, por jovens jogadores. Para Ceni, os erros acabaram sendo o problema na derrota no Allianz Parque.

"A juventude que te trouxe até aqui sente um pouco o peso da partida. Difícil dizer que o mesmo time que foi fantástico contra Corinthians e Palmeiras foi a campo. Nós não conseguimos render também pela qualidade do Palmeiras. (...) Não é um jogo que o Palmeiras tem uma posse excessiva ou troca muitos passes. A segunda bola sempre cai no pé do Palmeiras, esse foi o diferencial. Perdemos muitos duelos e não tivemos a felicidade de vencer esses duelos".

O São Paulo agora tenta recolher os cacos para focar na Copa Sul-Americana e no início do Brasileirão. A equipe vai ao Peru na quinta-feira (7) enfrentar o Ayacucho, pela primeira rodada da fase de grupos. No domingo, o time tricolor estreia no Brasileirão contra o Athletico, no Morumbi.

"Vamos para a Sul-Americana dar oportunidade para esses jogadores [reforços]. Os jogadores que iniciaram hoje não devem ir para a Sul-Americana, vamos montar um time para a primeira rodada do Brasileirão, não podemos passar a vergonha e os sustos do ano passado", completou Ceni.

Confira outras declarações de Rogério Ceni na entrevista coletiva:

Está satisfeito com a trajetória até aqui?

[A derrota] Me deixa muito triste, é um título que para mim teria significado muito especial, assim como para os meninos. Isso deixa a gente triste, não poder devolver ao torcedor que fez uma festa gigantesca no Morumbi.

Não muda meu plano de trabalho, temos que manter essa mentalidade, tentar ser mais forte a cada jogo, evoluir a eventuais fracassos. Sabemos o projeto a longo prazo, que é tentar fazer o São Paulo estar na Libertadores do ano que vem.

Vamos ter sucessos, tropeços, a gente espera que o time não perca confiança com esse resultado que é difícil de ser gerido. Vamos seguir um planejamento que nós tínhamos para a Sul-Americana e início do Brasileiro.

Como será o trabalho para cuidar do mental dos jovens após a derrota?

A vida é feita de vitórias e derrotas. A vida não é um mar de rosas que você vence todo dia. Perder é muito triste, dolorido, mas a gente tem que se fortalecer nas derrotas, saber que tivemos méritos para chegar até aqui e falhamos como time. Não conseguimos colocar o quadro que queríamos na parede. Mas o reconhecimento do torcedor eles têm, esse é o mais importante.

Teve uma mudança de rota do São Paulo como em outras vezes?

É uma questão de direção, eu não faço esse tipo de trabalho. Não trabalho com redes [sociais], trabalho com pessoas, dia a dia, tentar formar jogadores, construir times. Quando começou o campeonato, ninguém acreditava no São Paulo jogando essa final. Coisas importantes foram realizadas, feitas.

É uma questão sempre do clube. O Palmeiras, com trabalho longevo chegando a mais uma final, mais um título. Equipes que trabalham com o mesmo treinador por um longo tempo, se acreditar nele, tendem a ter mais resultados. Mas é obvio que a gente precisa de melhoras para enfrentar os times que melhor jogam no momento no país.