A Libertadores teve casos de racismo em diferentes jogos de clubes brasileiros na semana, com um torcedor do Boca Juniors detido ao imitar macaco no jogo diante do Corinthians na Neo Química Arena, mas que ficou livre após o pagamento de fiança, além de atos racistas de torcedor do Estudiantes contra o Red Bull Bragantino, do Emelec contra o Palmeiras e da Universidad Católica contra o Flamengo, quando também houve violência, com pedra e sinalizadores atirados.
No podcast Posse de Bola #223, Mauro Cezar Pereira crítica a Conmebol pela falta de medidas para coibir os atos de racismo, banalizado o que na verdade é um crime e acaba passando ileso, se repetindo em dias seguidos.
"A Conmebol não faz nada, ela não toma nenhuma atitude, finge que não está acontecendo. É a banalização do racismo e ontem não foi só racismo, também teve pedrada criança ferida lá no Chile, um senhor com a cabeça cortada, sinalizador atirado na direção dos torcedores brasileiros, muita coisa aconteceu também e o que vai acontecer com a Católica, vai ser punida? Não sei, acho que não vai acontecer nada, vai ficar tudo certo e assim segue", diz Mauro Cezar.
O jornalista cita a busca da entidade que organiza a Libertadores e vê um desejo de se comparar à Liga dos Campeões com algumas medidas, mas não consegue acabar com problemas antigos.
"A Libertadores está ainda presa ao passado no que há de pior, mas metida a besta, querendo bancar Champions League, com final em jogo único, nossa final é de Champions League, mas o conteúdo e o contexto é de Libertadores do passado no pior sentido que isso possa representar", completa.
Ao mesmo tempo em que condena os casos de racismo e cobra uma atenção para que a Conmebol possa coibi-lo, Mauro Cezar também lembra que aqui no Brasil há episódios recentes inclusive no futebol, ainda que aponte a necessidade de conscientização e luta dos demais países sul-americanos para que não ocorra outro problema recorrente, que é a rotulação de toda uma população como racista devido a atos de alguns indivíduos.
"O Celsinho teve dois ou três casos no ano passado de racismo contra ele, jogador do Londrina, no Brasileiro da Série B, o Gabigol também foi chamado de forma racista, ofendido no Fla-Flu do Engenhão, mas não foi identificado o torcedor que o ofendeu. Para citar casos recentes entre vários outros, só que aqui o racista está mais acuado, ele sabe que ele pode ir em cana, aqui a coisa complica, nos países vizinhos não, é o que a gente percebe", diz Mauro.
"Aí a gente esbarra na xenofobia, tem brasileiro que acha que também é legal rotular toda uma população de um outro país como racista, é xenofobia, outro problema que a gente aqui fecha os olhos também. Ao mesmo tempo, eu acho que esses países, especificamente a Argentina, com quem eu conversei, as pessoas também têm que começar a fazer alguma coisa para mudar, porque a imagem do argentino racista está se fortalecendo no Brasil, isso não é bom também", conclui.
Posse de Bola: Quando e onde ouvir?
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