Bola parada, físico, analisar rivais: quem faz o quê no Palmeiras de Abel
Após o empate contra o Atlético-GO, na última segunda-feira (10), Abel Ferreira elogiou o trabalho de seu assistente Vitor Castanheira no Palmeiras, que o técnico revelou ser o responsável pelas jogadas de bolas paradas utilizadas pelo time. O gol de Murilo na partida em Goiânia saiu de um escanteio cobrado por Gustavo Scarpa.
"Fico contente, é um grande trabalho do [auxiliar Vitor] Castanheira. A responsabilidade das bolas paradas é dele", disse o treinador.
A afirmação mostrou um pouco mais sobre o funcionamento da comissão técnica do Palmeiras e expos parte da divisão por tarefas de seus integrantes. Tanto no dia a dia, quanto nas partidas, cada um tem sua lista de obrigações específicas. E descobrir quem faz o quê ajuda a explicar como o Palmeiras funciona.
Abel sempre diz que não tem auxiliares, mas sim quatro técnicos que o auxiliam com as partes para que ele possa dominar o trabalho como um todo. E por isso delega sem se preocupar com a capacidade de entrega dos companheiros.
Além dos quatro patrícios — Vitor Castanheira, João Martins, Carlos Martinho e Thiago Costa —, fazem parte da comissão técnica de Abel o auxiliar Andrey Lopes, o Cebola, e os preparadores de goleiro Rogério Godoy e Thales Damasceno.
Vitor Castanheira: Integração com a base também é tarefa sua
Conforme Abel falou, ele é responsável pela bola parada, mas seu foco é no ataque. É Castanheira quem treina as muitas jogadas ensaiadas que o Palmeiras faz nas partidas. Nos dias de jogos, ele se senta à direita de Abel e debate o jogo com ele, conforme o técnico contou no podcast Buzz Talks.
No dia a dia do trabalho, Castanheira tem também duas funções-chave. Além de ser o responsável por fazer a ligação entre o time profissional e as categorias de base, é também ponto focal da comissão com o departamento de observação de jogadores.
Castanheira, ou "Casta", como Abel se referiu a ele, também foi o técnico do time durante dois jogos. Curiosamente, não venceu, somando um empate e uma derrota.
João Martins: Parte física e movimentos defensivos
Xodó da torcida por seu comportamento enérgico, o homem que soma 18 jogos — 12 vitórias, cinco empates e uma derrota — como técnico do Palmeiras, sempre substituindo Abel, é o responsável pela bola parada defensiva. No jogo, assim como Castanheira, está sempre ao lado de Abel.
Na semana de trabalho, ele é o responsável da comissão de Abel pela preparação física do time. É ele quem se reúne diariamente com o Núcleo de Saúde e Performance (NSP) para conversar sobre o nível de recuperação física dos jogadores — além de ser quem trata de questões logísticas referentes à equipe.
Para quem sonha em vê-lo como treinador do Palmeiras um dia, porém, vem uma ducha de água fria:
"Não [penso em ser treinador]. Prefiro a sombra. Gosto muito do que faço. Gosto de chegar em casa e relaxar. O trabalho dele [Abel Ferreira] dá muita dor de cabeça e muitos cabelos brancos", disse o auxiliar ao UOL Esporte, após vitória por 2 a 1 sobre o São Paulo, pelo primeiro turno do Brasileirão, na qual ele foi o técnico.
Carlos Martinho: Análise do time em treinos e jogos
Nos dias de jogos, Martinho não fica no banco. Sua função é ver de camarotes dos estádios, do alto, como o Palmeiras está se comportando, se está cumprindo o combinado, se um jogador está errando sua função e o que precisa ser corrigido.
Já nos trabalhos diários, ele trabalha junto com o departamento de análise de desempenho, avaliando a performance dos jogadores partida após partida.
Thiago Costa: Comunicação e análise do rival
Thiago faz companhia a Martinho como observador do alto. Mas seu foco é no time adversário, se o esquema tático mudou, se as posições em campo estão diferentes, qual jogador está fazendo qual função, etc.
Para a preparação antes dos jogos, é ele quem também prepara os dossiês de cada adversário, o que casa totalmente com sua função desempenhada durante as partidas.
Na Academia de Futebol, seu trabalho é fazer a ligação com o departamento de comunicação. Não por acaso, ele também foi o redator do livro "Cabeça Fria, Coração Quente", que, afinal, é a maior peça de comunicação deste Palmeiras.
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