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Na noite do jiu-jítsu, Fortaleza vê recorde de finalizações e Brasil 100% no UFC

Maurício Dehò

Do UOL, em Fortaleza

09/06/2013 12h00

O esporte é MMA, mas a noite do UFC de Fortaleza foi do jiu-jítsu brasileiro. A arte suave, como é apelidada a arte marcial, foi a mais usada na capital cearense e ajudou a definir nada menos que oito das 12 lutas do card. Foram oito finalizações, um recorde dentro do Ultimate, em uma noitada liberada por Fabrício Werdum, que bateu Rodrigo Minotauro na luta principal.

O recorde anterior, com seis, era do The Ultimate Fighter 6 Finale, do UFC Fight Night 17 e do UFC on FUEL TV 2. Vale lembrar que o UFC foi criado por Rorion Gracie, que queria apenas confirmar ao mundo que seu jiu-jítsu era a forma de luta mais eficaz.

Os brasileiros sempre foram os mais talentosos na arte suave, e provaram mais uma vez seu valor em Fortaleza. Tanto que outra marca da noite foi que pela primeira vez os brasileiros venceram todas as lutas de um card realizado dentro do país: 7 a 0 para o Brasil, em 12 lutas – as cinco restantes foram entre brasileiros.

Quem abriu a jornada no chão foi Antonio Braga Neto. Ninguém poderia ter sido mais indicado para isso, por sinal. Braga Neto é um campeão mundial de jiu-jítsu, que fez sua estreia no Ultimate. E, como prometido, levou para o chão e encontrou uma rara chave de joelho. “Tive sorte”, admitiu ele, sobre conseguir levar a luta rapidamente para o chão e achar tão logo o caminho da vitória.

Em seguida, Caio Magalhães fez Karlos Vermola bater, em uma luta com uma virada impressionante. O brasileiro levou uma surra no ground and pound no round inicial e, no segundo giro, voltou com tudo, pegou as costas do rival e encaixou um mata-leão.

Fechando o card principal, Raphael Assunção foi para o segundo round contra o inglês Vaughan Lee e venceu com uma chave de braço.

O início do card principal foi surpreendente: as três primeiras lutas duraram apenas 4min55, somados os seus tempos. Quem abriu os trabalhos foi Rony Jason, com um triângulo Mike Wilkinson, em apenas 1min24.

Daniel Sarafian também levou a luta para o chão e estrangulou Eddie Mendez num katagatame aos 2min20s. E. Bastou 1min11s para ele arranjar um triângulo e forçar Jason High a bater.

  • Reprodução/Twitter/UFC

Erick admitiu, no entanto, que não era essa sua ideia. “Eu fui para lutar em pé, estava muito confiante, me esquivando bem quando vinham seus golpes e queria bater de encontro para nocautear. Mas desde a derrota para o Jon Fitch eu venho treinando bem especificamente cada modalidade e estava muito bem com meu jiu-jístu”, explicou o capixaba.

E, como não podia deixar de ser, muito jiu-jítsu marcou as duas lutas principais. Na final do TUF, Léo Santos conseguiu levar o combate para sua área de especialidade no segundo round. Contra-atacou uma queda aplicada por Patolino, caiu por cima do rival e encaixou um katagatame.

“Eu sou ‘old school’ no jiu-jítsu”, disse Léo, que foi para a galera comemorar. “Vim para o que der e vier e deu certo. Se o Patolino cresce na luta, ele te complica. Sua preocupação era a de eu botar para baixo, e consegui fazer isso.”

Rodrigo Minotauro e Fabrício Werdum fizeram uma luta entre dois atletas com jiu-jítsu de primeira linha. E foi o segundo quem levou a melhor. Werdum sabia que Minotauro queria tentar o nocaute e levou o combate para o solo. No segundo round, deu certo. Ele pegou o braço do baiano, que teve de gritar para desistir do combate, já que estava sem condições de bater.

Para completar, o card de Fortaleza empatou o recorde de lutas encerradas por nocaute ou finalização. Foram dez, com os nocautes conquistados nas lutas em que Felipe Sertanejo venceu Godofredo Pepey e na que Thiago Silva derrotou Rafael Feijão.

Dois combates foram definidos por pontos: Ildemar Marajó venceu Leandro Buscapé num combate morno, o mais chato da noite, e Rodrigo Damm venceu Mizuto Hirota.